No centro de Milão, na sua principal praça, dois monumentos famosos dividem o espaço lado a lado: a catedral e a Galeria Vittorio Emanuele.
O elegante salão da cidade, é atravessado por milhares de turistas e locais todos os dias e é impossível passar pela cidade, sem passar por ela.
Com mais de 150 anos, o monumento é cheio de história e curiosidades.
1. Ideia
A Galeria Vittorio Emanuele foi concebida, depois de um concurso da prefeitura para a realização de uma galeria comercial que ligasse a Praça Duomo a Praça Scala. O vencedor foi o jovem engenheiro Giuseppe Mengoni.
Uma das condições era que não fosse criado só um corredor, mas sim uma cruz com dois braços mais longos e dois mais curtos.
A construção começou em 1865 e a galeria será inaugurada em 1887.
2. Nome
Já antes do início da construção, a prefeitura decidiu dedicar a galeria ao primeiro rei da Itália, Vittorio Emanuele, que em março de 1865 posou a primeira pedra na presença do então prefeito de Milão, Antonio Beretta.
3. Projeto
A galeria foi concebida em estilo eclético e a construção é “filha” de sua época, como demonstra a utilização do ferro e vidro na grande estrutura do telhado. O ferro será utilizado, posteriormente, em construções como: Torre Eifel, Museu d’Orsay, Estação da Luz em São Paulo.
A cobertura foi inspirada no Crystal Palace, pavilhão todo de ferro e vidro construído (no Hyde Park) para a primeira Exposição Mundial de Londres em 1851.
4. Tragédia
A inauguração da galeria foi marcada por uma grande tragédia, já que o engenheiro Mengoni, morreu na véspera, caindo de um andaime montado no arco de entrada da Praça Duomo.
5. Decorações
Além do grande telhado de ferro e vidro, as lunetas abaixo da grande cúpula, decoradas a mosaico, são uma das atrações da galeria. Elas representam os 4 continentes: Europa, África, Américas e Ásia.
No piso, sempre no grande octógono formado pela cúpula, os brasões das 3 capitais do Reino da Itália, Turim, Florença e Roma e o brasão da cidade de Milão.
6. Tradição
É no brasão de Turim, o famoso touro da galeria, que os turistas vão rodar, pisando nos seus testículos. Se diz que dá sorte e o ritual é repetido por milhares de turistas todos os dias.
A origem do gesto tem várias versões: tem quem diga que os milaneses giravam nas bolas do touro para demostrar o desprezo pelos torineses.
Outra versão diz que os locais giravam nas bolas do touro, só no dia 31 de dezembro, como superstição, para deixar o velho ano para trás.
O touro foi restaurado pela última vez em 2017 para as comemorações dos 150 anos da galeria.
7. Estabelecimentos
A galeria sempre foi chamada pelos milaneses de “Il salotto di Milano”, a sala de estar da cidade. Nasceu para ser o corredor onde a burguesia da época passeasse, se encontrasse, jantasse depois os espetáculos no Scala.
Alguns estabelecimentos comerciais estão ali desde a abertura ou há mais de 1 século. É o caso do restaurante Savini, Biffi, o bar Camparino e a primeira loja da Prada: Fratelli Prada.
De acordo com o regulamento municipal, todos os estabelecimentos são obrigados a usar o preto e dourado nos nomes nas fachadas das lojas.
8. Quadro
A galeria é o cenário de um dos quadros mais famosos do Movimento Futurista, obra do pintor Umberto Boccioni: “Rissa in galeria” (Briga em galeria) que retrata uma briga, principalmente entre mulheres, na frente do bar Camparino.
9. Danos e restauração
Durante os bombardeiros da Segunda Guerra Mundial em 1943, a galeria foi um dos monumentos mais danificados do centro de Milão.
Completamente restaurada no pós-guerra, em entre 2014-2015 a galeria passou por uma nova restauração e limpeza, que durou 1 ano e que restituiu as cores originais das paredes e decorações em pedra e cimento.
10. O que fazer
Milhares de locais e turistas atravessam a galeria todos os dias. Os primeiros mais apressadamente e os segundos parando para selfies e fotos.
Mas se as lojas e seus preços não estão ao alcance de todos (mas na galeria tem também marcas como Massimo Dutti e Stefanel), é possível aproveitar o cenário parando para um café na Marchesi (em cima da Prada masculina), no Camparino ou no Cracco.
Outra possibilidade é uma visita ao Osservatorio Prada, a galeria de fotografia da Fundação Prada, que fica no último andar e dá a possibilidade de ver a grande estrutura do telhado pelo lado de fora.
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