15 grandes obras de arte e arquitetura para visitar na Lombardia

Semana passada, o site da revista Vanity Fair Itália publicou uma lista de 15 grandes obras, igrejas e monumentos da Região da Lombardia, dignos de se visitar para poder dizer que você conhece o melhor da arte da região.

A lista foi elaborada pela presidente do Instituto de Arte Lombardo, Maria Antonietta Crippa, que motiva o porque visitar cada uma das obras de arte e arquitetura.

Ainda que seja a sua visão pessoal, posso dizer que concordo e adoro muitas das obras. De algumas, que são patrimônio da Unesco, já falamos no post “Os Patrimônios Unesco na Lombardia” e outras, estão ao alcance de todos que passam para uma visita por Milão.

O Duomo

O mármore branco-rosado, os 135 pináculos, a Madonnina coberta de lâminas de ouro e alta 4 metros: o símbolo da cidade e a quarta maior igreja da Europa foi iniciada em 1387 e terminou só 500 anos depois. Para entender melhor a sua história, leia o post sobre o Duomo e viste também o seu museu, recentemente aberto e do qual falamos nesse post.

Mas a visita só estará completa (na minha humilde opinião), se você subir aos telhados e admira-la lá de cima.

Por que visitá-lo (segundo Crippa): “É a identidade de Milão e com ao seu lado o belo Museu Novecento, é sempre uma descoberta”.

O beijo – de Francesco Hayez

O famoso quadro exposto na Pinacoteca de Brera, foi pintado por Hayez em 1859 e não representa só um beijo apaixonado entre dois amantes: o seu verdadeiro significado é o da aliança entre a Itália e França, representadas nas cores das roupas dos protagonistas, ou seja vermelho, verde, branco e azul.

Milao museus

O quadro foi apresentado na Exposição de Brera de 1859, três meses depois da entrada de Vittorio Emanuele II e Napoleão III em Milão.

Por que visitá-lo: “É a expressão do Romantismo e da identidade nacional”

A Coroa de Ferro

Peça de ourivesaria de valor inestimável, a coroa da rainha dos longobardos Teodolinda (589 a 616 d.C) é feita de ouro, pedras e esmaltes, mas a sua riqueza está nos significados que contam a história do Ocidente. Diz a lenda que o ferro dentro da coroa (daí o seu nome) é um dos pregos que foram usados para crucificar Jesus.

A coroa fica na Capela de Teodolinda no Duomo de Monza.

Por que visitá-la: “É uma joia que conta a história da arte lombarda e de uma mulher, mas arriscamos de esquecer seu valor”.

A Cartuxa de Pavia

Confesso que mesmo depois de anos morando aqui, só fui conhecer essa obra-prima de estilo gótico-renascentista nesse último verão. Há poucos km de Milão, a cidade de Pavia era também um dos refúgios da família Visconti-Sforza.

O mesmo Gian Galeazzo que começou a construção do Duomo, 10 anos depois, em 1396, deu ordens para a construção da cartuxa, que na verdade era o pagamento de uma promessa feita pelo então duque de Milão e sua esposa.

A cartuxa é ao mesmo tempo um santuário e monastério (ainda ativo, de uma pequena comunidade de cistercienses), mas é hoje, monumento nacional e propriedade do estado.

Da fachada em mármore, a nave central, os afrescos de Bergognone, os sarcófagos de Gian Galeazzo Visconti e de Ludovico Sforza e consorte, é uma continuação de grande maravilhas.

Além do majestoso interior, a cartuxa tem também dois grandes claustros, onde é possível ver as celas-quartos dos monges.

Por que visitá-la: “ É uma obra-prima do estilo gótico-renascentista, uma obra gigantesca onde encontramos a exuberância decorativa lombarda entre os séculos 14 e 15”.

O Palácio Borromeo na Isola Madre (Lago Maggiore)

Outra atração famosa aqui perto, mas que eu ainda não conheço (acontece sempre assim quando você mora perto de um lugar e sabe que pode ir quando quiser… e não vai). Na verdade, geograficamente falando, a ilha fica na cidade de Stresa, que já é Piemonte, mas se a Sra. Crippa a incluiu, não sou eu que vou tira-la.

A família Borromeo ainda hoje é uma das mais ricas do país e já no século 14 tornaram-se proprietários de um pequeno arquipélago no Lago Maggiore.

Isola madre milao

Hoje, a família possui ainda a Ilha Bela e Ilha Mãe, essa última é a maior e é aquela onde fica situado o famoso palácio, conhecido sobretudo pelo seu jardim inglês, feito de plantas raras e habitado por animais exóticos.

Por que visitá-lo: “A inteira ilha foi transformada em um grande palácio por uma das mais importantes famílias da história lombarda, que deu a Milão 2 famosos cardeais (Carlo Borromeo e Federico Borromeo)”.

A Pietà Rondanini de Michelangelo

Acho a Santa Ceia uma grandíssima obra, mas se tivesse que escolher uma obra de arte de um grande nome italiano em Milão, eu escolheria a Pietà Rondanini.

A escultura “non finita” de Michelangelo fica no Castelo Sforzesco e, na minha opinião, é de uma carga emocional altíssima. Uma das coisas que mais gosto nela é o fato que não é uma pietà em posição usual, com Nossa Senhora sentada com Jesus no colo, deitado e sim os dois corpos em pé, quase que como mesmo na morte, ele tivesse saindo de dentro dela de novo.

A escultura foi encontrada na casa do grande artista, quando esse morreu e se diz que mesmo 90 anos, Michelangelo esculpisse por uma necessidade fisiológica, já que mesmo os não entendidos conseguem perceber que ali não existia mais mármore suficiente para tirar uma escultura. Percebe-se também, dando a volta nela, que o artista resolveu mudar o eixo da escultura e vemos 2 rostos de Maria esculpidos e um braço que não corresponde com o corpo de Jesus.

Michelangelo Milão Pietà

Por que visitá-la: “É um símbolo da cultura italiana e última obra de Michelangelo”.

Área Arqueológica do Capitolium

Durante a época romana, Brescia era uma das cidades mais importantes da Itália setentrional. Um exemplo disso é a área capitolina antiga, que conserva ainda restos do santuário, Capitolium e do teatro.  A pouca distância, fica o complexo museal de Santa Giulia, patrimônio Unesco e do qual já falamos nesse post.

Por que visitá-lo: “É um grande museu arqueológico quase desconhecido, mas que vale a pena descobrir”.

A Última Ceia de Da Vinci

Nunca ninguém pintou a Santa Ceia com tamanha intensidade. Sobre a pintura que ocupa toda uma parede do antigo refeitório de Santa Maria delle Grazie, nós falamos nesse post, que conta a sua história.

Pintada entre 1495 e 1498, durante esses séculos a obra passou por muitas vicissitudes e entre 1979 e 2000 passou pelo maior restauro já feito em uma obra de arte.

Uma das maiores riquezas artísticas de Milão, a obra é visitada por milhões de turistas todos os anos, mas para conhecê-la, é preciso se organizar e reservar, como explicamos nesse post.

Por que visitá-la: “Não precisa de explicação uma obra-prima que atrai milhões de visitantes de todo o mundo”.

Piazza Vecchia de Bérgamo

É uma pequena praça na parte cidade alta de Bérgamo, que fica a pouquíssimos km de Milão e vale realmente a visita, como contamos nesse post.

Praça Bergamo Italia

Na praça ficam o Palazzo della Ragione, o Duomo de Bérgamo e o batistério.

Por que visitá-la: “Le Corbusier a definiu a praça mais bonita do mundo. Com certeza é um emblema da típica praça antiga italiana.

As incisões rupestres da Val Camonica

Patrimônio Unesco, está nesse post onde falamos também sobre elas. São 300.000 figuras esculpidas nas rochas desse vale e testemunham a vida dos camuni 8.000 anos a.C. A zona de Capo di Ponte é também um parque nacional.

Por que visitá-las: “Pedras e rochas em uma enorme área concentram essa arte rupestre que é a verdadeira linguagem de uma civilização”.

O Palácio Tè em Mântua

Passei por Mantova (como é chamada aqui a cidade) há alguns anos e o Palácio Tè era uma das coisas que eu queria (e tinha) que conhecer. Realizado para a família Gonzaga, o palácio era uma espécie de ilha feliz. No interior, salas e quartos conservam lindos afrescos.

Por que visitá-lo: “É a celebração da família Gonzaga”.

 A Praça Ducal de Vigevano

Quando se fala de praças bonitas na Itália o jogo é duro. A praça da cidade de Vigevano, que também fica a poucos km de Milão, é uma dos mais belos exemplos de arquitetura urbanística do Renascimento. Com uma planta retangular, é circundada de arcos e pórticos.

Praça Vigevano Italia

Me lembro que a última vez que passeio por lá, era um dos dias mais frios que já conheci nesse país. Eram umas 14.30 e a praça estava bem vazia. Um espetáculo!!

Por que visitá-la: “Sempre foi uma grande “sala” a céu aberto. Notem que a fachada da igreja é mais larga que a nave”.

O altar de ouro da Basílica de Santo Ambrosio

Turistas e mais turistas visitam e fotografam o nosso amado Duomo, mas poucos sabem que uma das basílicas mais importantes da cidade e de construção muito anterior a nossa catedral, é a basílica dedicada ao santo padroeiro da cidade e seu primeiro bispo: Ambrosio.

A basílica conserva, entre outras belezas, o famoso altar de ouro, obra-prima de ourivesaria de época carolingia realizada entre 824 e 859, que conta em cenas esculpidas em lâminas de ouro, a história de Ambrosio.

Por que visitá-lo: “Uma joia gigantesca em lâminas de ouro e pedras preciosas”.

O burgo fortificado de Soncino

Confesso que é outro que não conheço ao vivo, mas só de ouvir falar. Soncino é uma pequena cidade na província de Cremona e seu burgo, feito de muralhas, forte, capela, moinhos, igrejas, palácio e até uma cidade subterrânea, é considerado um dos mais bonitos da Itália.

Por que visitá-lo: “Uma maravilha pouco conhecida mas que deve ser descoberta”.

A Ca’ Granda de Milão

Está aí um outro grande exemplo de arquitetura urbanística renascentista, a poucos passos do Duomo, que os turistas ignoram. Eu, sempre que estou por aquelas bandas e ela está aberta (hoje é sede da Università Statale), dou uma entrada.

ca granda milao

A chamada Ca’ Granda de Milão foi construída pelo duque Francesco Sforza como hospital da cidade e, na época, era um dos maiores e mais a vanguarda da Europa. Tive a oportunidade de conhece-la dentro com uma visita guiada ano passado e realmente é uma grande obra, com confortos que para a época eram impensáveis.

Por que visitá-la: “Até o século 19, foi a matriz para a construção de todos os hospitais civis europeus. O histórico e crítico Giovanni Testori o descreveu como um grande gesta de caridade dos milaneses.

Fotos: Milão nas mãos e wikicommons (O beijo – Praça Vigevano – Isola Madre)

1 responder
  1. André Telles says:

    A Praça Vigevano é uma dos locais mais legais que conheci na Itália. Nunca vi tanta gente andando de Bicicleta como neste local, inclusive idosos. Quero voltar um dia sem pressa, andar de bicicleta e sentar em um café na praça e ver o tempo passar.

    Responder

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