Milão tem fundação pré-romana quando por aqui chegaram os celtas e fundaram um pequeno vilarejo (na área da atual Praça Scala) por volta de 388 a.C.
De 286 a 402 d.C foi capital do Império Romano e o pouco que sobra dessa época na cidade, contei no post sobre a Milão Romana.
Com o fim do império, Milão passa por algumas invasões bárbaras e começa a fazer parte do Sacro Império Romano.
A partir do século 13, Milão cresce e é uma importante cidade medieval no contexto europeu e começam as construções que ainda fazem parte da cidade e que mostro nesse post, incluindo um pequeno resumo do contexto histórico.
Milão Visconteia (1277-1447)
Sob o domínio da família Visconti, Milão ficou por quase 200 anos e de uma senhoria passa a ser um ducado (1395) com um território vastíssimo.
Vai ser o temido senhor Gian Galeazzo Visconti que decide pela construção da nova catedral da cidade, o Duomo de Milão. É do período também o Palazzo della Ragione e Piazza Mercanti.
Milão Sforzesca (1447-1499)
A continuação da família Visconti no comando do Ducado de Milão, passa a Francesco Sforza, que se casou com a última herdeira visconteia, Bianca Maria Visconti.
Grande casal do Renascimento milanês, tinham grandes ideia para melhorar a cidade e chegaram a pedir ao arquiteto Filarete, um projeto de cidade ideal.
Sob o ducado de Francesco Sforza, foram contruídos o Castelo Sforzesco e o Ospedale Maggiore, também conhecido como Ca’ Granda e hoje sede da Universidade Estadual de Milão.
É o casal que dá início também as construções das igrejas de Santa Maria delle Grazie e Santa Maria Incoronata.
O primogênito do casal, herdeiro do ducado depois da morte de Francesco, amplia o castelo para torna-lo sua residência. É sob seu curto governo que é construída também a bela igreja de Santa Maria em San Satiro.
Mas será um outro filho do casal, último duque de Milão, Ludovico Sforza, que hospeda em sua corte por 18 anos o talentoso Da Vinci.
É Ludovico que vai encomendar uma das maiores e mais conhecidas obras de arte do mundo, a Última Ceia, pintada na parede do refeitório do convento de dominicanos de Santa Maria delle Grazie.
Milão Espanhola (1535-1704)
Depois de 200 anos sob o domínio dos Viconti-Sforza e de ser reivindicada pelos franceses por 35 anos, Milão em 1535 caí em mãos estrangeiras e passa a ser dominada pelos espanhóis.
É a época de dois grandes arcebispos da cidade, os primos Carlo e Federico Borromeo. O primeiro se empenha na construção de igrejas e promove ordens religiosas.
É do período de Carlo Borromeo o altar barroco do Duomo, a bela igreja de San Fedele, Palazzo Marino (na Praça Scala, hoje é a prefeitura) e o Palazzo degli Omenoni.
Seu primo, Federico Borromeo, fundou a Biblioteca Ambrosiana (1609) e a Pinacoteca Ambrosiana (1618). É de época espanhola também o arco de Porta Romana que hoje se vê no corso homônimo.
Milão Austríaca (1714-1797)
Das mãos espanholas, Milão passa em 1714 à dominação austríaca. Em 1740, Maria Teresa se torna imperatriz e sob seu governo a cidade passa por uma série de reformas administrativas relevantes, como a abolição da inquisição, o primeiro censo demográfico, a reforma dos impostos, a aberturas das primeiras escolas públicas e a construção de vários palácios e monumentos que ainda hoje vemos na cidade.
É do período austríaco, a reforma do Palazzo Ducale no atual Palazzo Reale (que foi residência do filho de Maria Teresa). Em 1778 foi inaugurado o famoso Teatro alla Scala, ainda hoje um dos grandes teatros de lírica do mundo.
É em época austríaca que Corso Venezia se torna a principal rua da cidade (era por alí que a família imperial entrava na cidade) e se enche de palácios de famílias nobres. O imperador decide colocar ali o primeiro parque público da cidade, os Jardins de Porta Venezia) ao lado da esplêndida Villa Reale, hoje sede da Galeria de Arte Moderna de Milão.
Milão Napoleônica (1797-1815)
O grande imperador francês conquista Milão e retoca a cidade com algumas obras de engenharia, como por exemplo, a construção do Foro Bonaparte (que rodeira a parte da frente do castelo), ordena a conclusão da fachada do Duomo (então pela metade), funda a Pinacoteca de Brera e começa a construir um arco para celebrar suas vitórias, o Arco della Pace que se vê nos fundos do parque Sempione.
Milão depois da união da Itália (Unità d’Italia: 1861)
Depois da derrota de Napoelão, Milão volta às mãos do império Asburgo e na primeira metade do século 19, luta nas insurreições pela independência.
Em 1861 o país se une em forma de reino e Milão é uma cidade efervescente. Abrem os primeiros cafés e a prefeitura começa o primeiro plano de reurbanização da cidade (1884).
Alguns anos antes, o projeto do engenheiro Giuseppe Mengoni, cria uma praça maior e monumental e demolindo construções medievais, edifica a Galleria Vittorio Emanuele (1867), corredor coberto que liga Praça Duomo a recém-aberta Praça della Scala (1858).
É da mesma época, parte do plano de reurbanização, Piazza Cordusio e seus edifícios e Via Dante, grande calçadão que liga Duomo ao castelo.
Milão do século 20
Com o início do século 20, Milão entra também na Belle Époque e no rastro da nova burguesia industrial da cidade, nascem construções como Palazzo Castiglioni, Casa Galimberti, Casa Guazzoni e Casa Berri Meregalli.
De 1915 é o bar Camparino in Galleria, que conserva a decoração original e até hoje é lugar para um café ou aperitivo no centro.
Durante a década de 30, a arquitetura milanesa entra no Racionalismo. São desse período o Arengario (na Praça Duomo), Palácio da Justiça, Palácio da Informação, a Estação Central e a Villa Necchi Campiglio.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a cidade é intensamente bombardeada pelas forças aliadas e parte do seu patrimônio arquitetônico fica danificado. Dez anos depois da guerra, em 1955, está tudo completamente reconstruído.
Os anos 60 são os anos do boom econômico pós-guerra e trazem a modernidade dos primeiros arranha-céus e da primeira linda de metrô.
Em 1961 a Pirelli inaugura a sua sede, o primeiro arranha-céu de Milão em concreto projetado pelo famoso arquiteto Gio Ponti.
Dalí para frente, Milão se torna a cidade da moda e do design, dos contrastes, do aperitivo, dos negócios, das redações de revistas e das sedes de grandes bancos e cias. de seguros e continua a construir os (poucos) arranha-céus do país.
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