A igreja de San Maurizio
Apesar das inúmeras igrejas, lindas, presentes em Milão, a maioria dos turistas visita só o Duomo e no máximo, quem visita a Santa Ceia, as vezes entra em Santa Maria delle Grazie.
Poucos se aventuram pelas construções eclesiásticas da cidade, muitas vezes porque dizem não gostar de visitar muito igrejas. Como (acho) que já disse em outro post, visitar igrejas na Itália vai além da questão religiosa. Visitar uma igreja aqui é entender um pouco da história da cidade, como se vivia em uma certa época e muitas vezes é como entrar em um museu.
É o caso da belíssima igreja de San Maurizio, por onde passei há uns 10 dias atrás para acompanhar uma cliente e fotografei os últimos restauros feitos na decoração. Depois de cerca de 20 anos, ela mais linda do que nunca.
Chamada de Capela Sistina milanesa, um daqueles títulos comparativos que podem parecer exagerados, é afrescada de cima a baixo, nas duas salas que compõe o edifício.
Seu principal pintor, o lombardo Bernardino Luini, não é conhecido do grande público como Michelangelo, mas quem admira seus afrescos em San Maurizio, percebe também que não era o último da fila. A decoração de afrescos de Luini é considerada um dos mais importantes exemplos da pintura lombarda do século 16.
San Maurizio fazia parte de um complexo monástico muito maior (e mais antigo do que a igreja), de freiras beneditinas e no século 15 foi transformado em convento de clausura.
A igreja foi construída a partir de 1503 por vontade de uma família de nobres de Bolonha, os Bentivoglio, que para ali mandaram uma das filhas. San Maurizio era o convento das donzelas abastadas milanesas.
A igreja é constituída de duas partes: a da frente e menor, com entrada em Corso Magenta, era a sala dedicada aos fiés. Com uma única nave, é emoldurada pelas capelas laterais. Entrando, difícil não se encantar com o afresco do altar, decorado com as imagens de santas e do casal Bentivoglio de joelhos em cada lado, pintados por Luini.
Merecem também atenção a Capela Besozzi (terceira a direita) com o afresco do martírio de Santa Catarina e a contra fachada, que é de Simone Peterzano, nada mais nada menos que o mestre de Caravaggio.
Por uma portinha ao lado esquerdo, se passa para parte de trás, onde fica o coro das monjas e onde essas cantavam e assistiam a missa, separada dos fiéis. Reparem nas minúsculas portas colocadas na parede e usadas pelas monjas para receber o comunhão e se “comunicar” com o outro lado da igreja.
Na parte de clausura, a Paixão de Cristo pintada na contra fachada é também de Bernardino Luini. Algumas das capelas daquela parte foram afrescadas pelos filhos deles, mas nenhum chegou aos pés dos pai.
O coro de madeira e o enorme órgão também são do século 16 e ajudam a compor o majestoso ambiente.
Há alguns meses, atendi um casal para um tour que não passava por San Maurizio. Como sabia que eles iriam visitar a Santa Ceia no dia seguinte, recomendei que dessem uma passada em San Maurizio (que fica na mesma rua – Corso Magenta). Dias depois, já de volta ao Brasil, me mandaram um e-mail agradecendo a dica e dizendo que era uma das coisas mais bonitas que tinham visto na viagem pela Itália.
Igreja de San Maurizio
Corso Magenta, 13
De terça a domingo das 9h às 19h30
Esta igreja realmente é maravilhosa .ja fui duas vezes .Uma das mais belas que conheci.tks
Visitamos essa igreja por acaso , depois da Santa Ceia , e tivemos uma linda surpresa ! Maravilhosa !!
Maravilhosa visita, que fiz em tour com milao nas maos ;). Adorei conhece-la. Grazie