Batedores de carteira em Milão

É verão e seria muito melhor estar aqui falando de coisas mais agradáveis, mas também porque é verão e o número de turistas aumenta consideravelmente na cidade, vou abordar um assunto já tratado aqui no blog em um dos primeiros posts: a segurança em Milão.

Há algumas semanas o jornal italiano Corriere della Sera falou sobre o assunto na sua edição milanesa e semana passada o Viaje na Viagem publicou um post que trata o assunto da segurança nas cidades européias muito corretamente.

BORSEGGIO IN DIRETTA IN VIA DEI FORI IMPERIALI foto proto

Milão é uma cidade de 1, 3 milhões de habitantes, pequena para os nossos padrões brasileiros e bastante segura. Nada de bairros barra pesada, assassinatos todos os dias, sequestros e abordagens violentas.

Para o turista que vem passar as suas sonhadas e merecidas férias por aqui, o alerta deve estar concentrado principalmente no metrô, estação Central (trem) e nos pontos turísticos, como a Praça Duomo e Galeria Vittorio Emanuele e Castelo Sforzesco. A quantidade de turistas aumentou muito nesse mês de julho e com isso a oportunidade para os batedores de carteira.

Aliás, devíamos falar de batedoras, no feminino, porque são elas que ficam zanzando pelas estações de metrô (principalmente estação Centrale, Cadorna, Garibaldi, que têm conexão com as linhas de trem) e furtam carteiras sem que você nem perceba. A reportagem do Corriere de algumas semanas atrás falava delas, que são chamadas a gang das bosníacas, pela nacionalidade delas. São garotas jovens, bem vestidas,  que “trabalham” para organizações e que, quase sempre, estão grávidas, por isso são presas e soltas. A polícia milanesa as conhece mas não pode fazer muito: a lei italiana, para um crime “pequeno” como furto, não prevê a detenção de mulheres grávidas.

Quase sempre elas carregam pendurados nos braços, casacos, encharpes ou bolsas para blindar a ação. A foto abaixo é da reportagem do jornal e mostra uma garota roubando a moça que entra com o carrinho de bebê no metrô. A senhora entra sem perceber a ladra ao seu lado e quando o metrô está para sair, a ladra saí do vagão. Outro golpe velho no metrô é o da escada rolante: na saída da escada, a pessoa da frente pára de repente, você esbarra nela, a pessoa de trás esbarra em você, pede desculpa e a sua carteira já era.

segunrança em Milao

Isso não quer dizer que você não tenha que andar de metrô, meio de transporte eficiente e que atende boa parte da cidade. Eu pego metrô todos os dias, mas sempre com a minha bolsa a tira-colo ou com uma mochila, as duas rigorosamente viradas para a frente.

Além do metrô, a minha dica é também você nunca aceitar ajuda para comprar bilhetes nas máquinas do metrô. Em fevereiro uma leitora de Belém me relatou a sua experiência na estação Central. Ciganos se colocam à frente das máquinas e tentam ajudar na compra dos bilhetes, confundindo o turista e pedindo dinheiro pela ajuda. Eu os vi outro dia na Centrale e tirei a foto abaixo para o blog (que está um pouco desfocada porque a menina percebeu que eu estava fotografando). Se as bacas de jornais das estações estiveram abertas, compre seus bilhetes alí.

ladraoes metro milao

Outro área complicada é a praça Duomo e os simpáticos africanos que querem “dar de presente” uma pulseirinha para colocar no teu pulso. Não tenha medo de ser antipático, feche a cara, diga um grazie bem firme e siga em frente. Eles também ficam na área do Castelo Sforzesco.

Além de tudo isso, as atenções básicas: faça uma cópia do seu passaporte e deixe o original no cofre do hotel. Dê preferência a cartões de crédito e débito e ande com pouco dinheiro. Quando isso não for possível, não coloque todo o seu dinheiro na mesma carteira. A regra vale para outras cidades italianas e europeias: as modalidades de golpes são muito parecidas.

Feito isso, relaxe passeando e conhecendo o que Milão e a Europa tem de melhor.

Foto:  internet e Milão nas mãos

4 respostas
  1. Cristina Rosa says:

    Ótima Dica, Mage! Aqui em Barcelona acontece igualzinho. Elas vao com um mapa ou um leque na mao e devagar vao roubando os turistas nas Ramblas e no metro.

    beijinho!
    Parabéns pelo blog!

    Responder
    • Mage Santos says:

      Oi Cristina!!
      Pois é, eu sei que Barcelona também tem uma situação crítica quanto aos furtos!! O que podemos fazer é informar bem
      os turistas brasileiros. Beijos

      Responder
  2. Simone says:

    Vi algumas pessoas assim no trem. Mas foi no meu hostel que encontrei com alguns ciganos. Dei a má sorte de ter um problema e ter que dormir uma noite no sofá. Como o meu hostel tem um bar que fica aberto pra qualquer um, de repente vieram dois tipos e forçadamente puxaram papo comigo. Minha sorte é que estava dentro do hostel e não nasci ontem. Não cai na lábia deles… e olha que tentaram me engrupir por uns bons 20 minutos. Desde tentar me tirar pra dar uma volta no bairro até dançar salsa com eles. Como estava com pé machucado foi fácil dar um fora até que eles desistiram. Tenho certeza absoluta que estavam de olho na minha carteira que não desgrudava de mim que estava sentada no sofá. Tem que ter é muito cuidado com isso, pelo visto. Mas tirando isso não tive problemas. Mas sempre colocava cara de brava com os africanos que tentavam se aproximar então não tive problema no Castelo ou em Paris, onde eles tentam mais de abordar.
    Agora um amiga relatou sobre esses batedores de carteira dentro do trem em uma experiência bizarra. Não dá pra tirar cochilo, muito menos andando sozinha… mas de outra forma não dá pra dizer que é violência igual à sofrida aqui no Brasil. Mas mesmo assim… é roubo então precisamos ter cuidado. :)

    Responder

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