Como já mencionado nesse post com a programação cultural dos próximos 3 meses em Milão, a grande estrela será a mostra dedicada a um dos pintores mais amados pelo público: Michelangelo Merisi.
Sim, esse era o verdadeiro nome dele, já que Caravaggio é um apelido que se refere ao nome da cidade onde ele cresceu na província de Bergamo.
Caravaggio nasceu em Milão no dia 29 de setembro de 1571 e foi batizado na Paroquia de Santo Stefano, igreja que fica numa rua atrás do Duomo de Milão. Quatro anos depois, para fugir da peste, a família se transfere para a cidade de Caravaggio, daí o apelido.
O jovem voltou a Milão em 1584 e por cerca de 4 anos, foi aprendiz de Simone Peterzano, um pintor expoente do maneirismo lombardo com influências da pintura veneta.
Entre 1594 e 1606 se estabelece em Roma e, com a tutela do cardeal Del Monte, que conhece em 1597, pinta as telas para a Capela Contarelli na igreja de San Luigi dei Francesi em Roma, com os episódios da vida de São Mateus: A vocação (foto abaixo), o Martírio e São Mateus e os anjos.
Quando estive em Roma pela primeira vez em 2000, conhecia Caravaggio de nome, mas nunca tinha visto nenhuma obra dele e essas três telas foram meu primeiro contato com sua obra. Me lembro de ter ficado maravilhada.
Com uma personalidade forte e briguenta, Caravaggio tem vários problemas com a justiça romana, até que em 1606, acusado de homicídio e condenado a decapitação, foge da cidade com a ajuda de uma família nobre para quem trabalhava e vai para Nápoles.
Na cidade, passa só um ano antes de perambular por Malta e Sicília, mas sem parar a sua produção artística. É do período napolitano uma outra obra que vi há cerca de 3 anos na cidade e que é uma das minhas preferidas: As sete obras de misericórdia (foto abiaxo).
Em 1609 Caravaggio voltou para Nápoles e soube que o papa iria anular a sua condenação a morte. Decidiu viajar em direção a Roma em julho de 1610, fazendo o primeiro trecho entre Nápoles e Porto Ercole (Toscana).
A morte de Caravaggio sempre foi envolvida em um certo mistério, mas a versão que mais circula é de que uma infecção intestinal lhe acarreta uma febre alta e o pintor morre em Porto Ercole aos 38 anos em 18 de julho de 1610 e é enterrado em uma fossa comum.
Conhecido e amado pelo grande público em todo mundo, Caravaggio só ‘ficou famoso’ já no século 20, quando em 1911, um estudante de arte chamado Roberto Longhi dedicou a ele a sua obra, a sua monografia de formatura no curso universitário de História da Arte.
Considerado antes disso, um artista de um certo modo vulgar, talvez pelo realismo dramático de seus quadros, hoje é visto como um dos influenciadores da pintura barroca, tanto que existe o termo ‘caravaggeschi’ para definir os pintores influenciados por ele.
Apesar de Milão, a cidade conserva só 2 obras dele: ‘O cesto de fruta’, uma natureza morta de 1599 exposta na Pinacoteca Ambrosiana e ‘A ceia em Emmaus’, segunda versão (a primeira está exposta em Londres) do episódio do Evangelho de Lucas, exposto da Pinacoteca de Brera.
A exposição que estréia nos próximos dias no Palazzo Reale de Milão, é uma oportunidade para conhecer obras vindas de outras cidades italianas e europeias.
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