Visitando o Museu Ferrari em Maranello

Nunca fui ligada em carros e com isso, mesmo em todos esses anos aqui, nunca nem me passou pela cabeça visitar o Museu Ferrari em Maranello, na região da Emilia Romagna. Até que há alguns meses surgiu um pedido de uma cliente para fazer esse passeio e lá fomos nós.

A Ferrari (La Rossa, como é chamada aqui) é com certeza um dos ícones italianos mais famosos e desejados no mundo. Fundada em 1929 por Enzo Ferrari, por décadas produziu componentes para a Alfa Romeo e para aviões e só em 1947 a construção de carros se tornou a atividade principal da fábrica. Hoje, a marca produz carros esportivos de alto nível e carros de corrida, que era a grande paixão de Enzo Ferrari.

visitar museu ferrari maranello

Chegamos ao museu no final da manhã, depois de cerca de 3 horas de viagem de carro. Era um dia de semana de setembro, não tinha filas ou grandes grupos de turistas. Nós, por falta de tempo, optamos pela visita só do museu, mas é possível também fazer a visita da pista (de dentro de um ônibus, sem possibilidade de descer) e do Museu Enzo Ferrari, mas que fica em Modena.

A primeira sala do museu é dedicada a mostras temporárias, mas o resto do percurso, que não é grande, fica por conta dos maravilhosos carros que fizeram a história da marca do cavalinho.

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Eu fiquei encantada com os modelos antigos, anos 60 e 70 e escolhia um como meu preferido, até encontrar outro ainda mais bonito.

Antes de passar para a grande sala que expõe os famosos carros da Fórmula 1 e todos os troféus conquistados ao longo dos anos, uma pequena sala de cinema exibe um trailer com cenas de filmes e seriados famosos onde a Ferrari era também a protagonista. Quem não se lembra de Magnum, Al Pacino em Perfume de Mulher, Miami Vice e o maravilhoso Curtindo a Vida Adoidado?

Do lado de fora do cinema, fica também a reprodução do escritório de Enzo Ferrari.

Para os apaixonados pela F1, é a última sala a mais esperada. Modelos antigos e novos se misturam com telões onde trechos de vídeo mostram entrevistas e depoimentos dos grandes corredores da construtora.

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A última parte é dedicada ao espaço para quem quer se divertir e tentar o simulador (pagamento a parte), ao bar ou as inevitáveis compras na lojinha.

A visita o museu pode ser feita tranquilamente em cerca de 1 hora e vale a pena para os (muito) apaixonados pela marca. Como museu de carro, achei o Museu do Automóvel de Turim bem mais interessante (leia post aqui).

A cidade de Maranello respira Ferrari, então você vai encontrar lojas com inúmeros produtos e propostas para dirigir “una rossa” por toda parte.

Quando saímos do museu, era hora do almoço e eu não poderia deixar de procurar um lugar para comer o delicioso gnocco fritto, um prato típico da região emiliana que parece um pastel (vazio) que se come com frios e queijos moles. Foi a recepcionista do museu que me indicou o bar Drake, bem na rotátoria do centro. Se você for para aqueles lados, não deixe de provar.

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E foi a melhor maneira de terminar essa aventura automobilistica, antes de voltar para Milão.

COMO CHEGAR:

Maranello fica a 190 km de Milão – 20 km de Modena – 50 km de Bologna.

Para quem vai de carro, existem boas indicações para chegar ao museu.

De trem, de Milão, é possível ir até Modena com o Frecciabianca (cerca de 1h40). Da estação, existe um serviço (pagamento) de vans do museu que levam até o Museu Enzo Ferrari em Modena e depois ao Museu Ferrari em Maranello.

Se você tem tempo, pode fazer os dois. O ideal é reservar o serviço no site do museu.

MUSEU FERRARI- MARANELLO

Via  A. Dino Ferrari 43 Maranello
 
De 1 de novembro a 31 de março: todos os dias das 9.3o às 18h
De 1 de abril a 31 de outubro: todos os dias das 9.30 às 19h
Fechamento: 25 dezembro e 1 janeiro
Ingressos: adulto inteiro 15 euros – menores de 6 a 18 anos (acompanhados dos pais) 10 euros – acima de 65 anos 13 euros
Ingressos combinados museus + serviço van (reserva obrigatória): consultar site clique aqui

Mântua e Sabbioneta: pérolas Unesco na Lombardia

Viver em um país com o patrimônio artístico e cultural como o da Itália, faz sim com que você esteja sempre a poucos quilômetros das belas cidades, mas elas são tantas para conhecer, que as vezes passa um bom tempo até que você repita uma.

Foi assim com Mântua, que conheci há quase 10 anos atrás, em um bate e volta em um ensolarado sábado de maio. Corria o ano de 2005, mas eu tinha boas lembranças do lugar.

Eis que, entre as satisfações da minha breve vida de blogueira, fui convidada pelo projeto Blogville, setor turismo da Região da Lombardia e setor turismo da Província de Mântua para uma viagem de 2 dias na cidade junto com outros 4 blogueiros no final de setembro.

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As atividades foram concentradas em Mântua e Sabbioneta, inseridas da lista dos Patrimônios Unesco (leia aqui o post sobre os patrimônios na Lombardia) em 2008 e infelizmente afetadas durante o terremoto de 2012 na região fronteiriça da Emilia Romanha.

Chegamos em Mântua de trem, partindo de Milão e depois do check-in no nosso hotel, fomos diretamente o agro turismo Corte Pagliare Verdieri onde nos esperava a simpática Mimma para a colheita da uva e a preparação do sugolo , uma espécie de pudim da região feito com o suco da uva e farinha. Depois de colher, espremer a fruta e preparar o doce, almoçamos e seguimos para Sabbioneta, onde nos esperava Manuela para um tour de 2 horas.

Sabbioneta

Fundada entre 1554-1556 por Vespasiano Gonzaga como cidade ideal, foi pensada sobretudo como uma fortaleza, completamente cercada pelas muralhas que até hoje se atravessam para entrar e que com certeza naquela época representavam um dos baluartes mais equipados da Lombardia de domínio espanhol.

Conhecer Mântua e Sabbioneta

Colocada entre os grandes estados regionais da época: Ducado de Milão, Ducado de Mântua e Ducado de Parma e Piacenza, o pequeno estado foi construído com base nos princípios humanísticos de cidade ideal.

Possível ainda ver entrando na cidade, o traçado ‘alla romana’ do Cardo e Decumano, que marcam as duas principais ruas da cidade. A visita começou pelo Palazzo Giardino, onde salas de tetos de madeira trabalhadas e folheadas a ouro e grandes galerias como o Corredor Grande eram destinados a recepção de convidados.

o quer fazer Mantua

Como não poderia deixar de ser, a graciosa cidade renascentista também tem seu Palazzo Ducale, suas igrejas importantes e até o primeiro teatro da era moderna, o Teatro Olímpico, construído em 1590 e ainda hoje operativo.

O tour terminou com a visita a Sinagoga, construída no século 19 em estilo neoclássico pela comunidade hebraica da cidade, que se dedicava a atividade de estampa. No andar superior é ainda possível visitar a sala de orações, decorada com alguns móveis da época.

Todos os quatro monumentos que visitamos fazem parte de um bilhete comum de 12 euros que pode ser comprado nos escritórios da IAT na Piazza delle Armi. É possível também visitar cada monumento separadamente ao custo de 5 euros cada.

Visitar Sabbioneta é como voltar um pouco no tempo, já que a cidade representa um perfeito exemplo das teorias renascentistas da construção da cidade ideal. A cidade fica a cerca de 20km de Mântua e deve ser incluída no seu roteiro caso esteja passando por lá.

Mântua

A manhã do segundo dia era destinada ao tour guiado pela ótima Rosella pelas ruas de Mântua, cidade de arte lombarda e um dos grandes centros do Renascimento italiano nessa área.

Ainda que 10 anos tenham se passado, eu tinha nítidas lembranças da cidade, da sua Piazza delle Erbe com seu Palazzo Vecchio (em reformas depois do terremoto de 2012), Palazzo Nuovo, a Torre do Relógio e a Rotonda de San Lorenzo, igreja de arquitetura românica com planta central.

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Ali ao lado, a magnifica basílica renascentista de Sant’Andrea, maior igreja de Mântua, projetada pelo arquiteto Leon Battista Alberti, com seu interior a nave única completamente decorado e completado pela grande cúpula.

A história da construção basílica é ligada a relíquia de um vaso com o sangue de Jesus . Vários peregrinos viajavam a Mântua para venerar o objeto, ainda hoje guardado em uma cripta na igreja (não visitável).

Mas antes de visitarmos o famoso Palácio Ducal da cidade, onde eu esperava ansiosa pelo Quarto dos Noivos, a surpresa da visita para mim foi o lindíssimo Teatro Bibiena, pérola construída entre 1767-69 e no qual um ano depois da inauguração, um jovem Mozart (14 anos) tocou. Em uma carta para a esposa, Mozart pai escreve: hoje eu conheci o teatro mais lindo do mundo.

Teatro Mantua

Acho que ele tinha razão. O teatro é muito bem conservado e ainda hoje funciona para pequenos concertos e congressos. Se você estiver batendo pernas por Mântua, não deixe de dar um pulo. Vale muito a pena.

Mas quem vai a Mântua não pode pensar na cidade símbolo da família Gonzaga sem pensar em duas grandes construções: o Palazzo Ducale e o Palazzo Tè.

Palácio Ducal

Mais do que falar em palácio, podemos dizer que o complexo arquitetônico de Mântua é uma cidade palácio, já que o conjunto é enorme, composto de várias construções que foram anexadas.

A partir do século 14 foi a residência da família Bonacolsi e sucessivamente dos Gonzaga e ali moravam: o Gonzaga dominante na época, a esposa, o filho primogênito e os outros filhos legítimos até a maior idade e alguns convidados.

Corte Velha, Corte Nova, o Castelo de São Jorge são alguns dos edifícios que formam o imenso complexo. Ainda que suas salas hospedem afrescos, tapetes e decorações de grande valor, quem vai a Mântua e ao Palácio Ducal, vai para ver o famoso Quarto dos Noivos, sala afrescada por Andrea Mantegna e uma das grandes obras do Renascimento Italiano.

A entrada na sala é com hora marcada e a permanência é de 5 minutos. Depois do terremoto de 2012 que afetou as instalações do palácio, o quarto ficou fechado por 2 anos para restaurações e foi reaberto temporariamente para as visitas durante esse verão (até outubro 2014).

O que ver Mantua quarto dos noivos

A sala cúbica, usada muito provavelmente para audiências com o duque, foi pintada entre 1465-74 pelo então pintor de corte Mantegna. O tema geral é a celebração política-dinástica da inteira família Gonzaga com a ocasião da eleição de Francesco Gonzaga como cardeal.

Quatro paredes afrescadas e um teto com uma deliciosa decoração onde anjinhos debruçados olham para baixo, espiando o interior da sala.

Com só cinco minutos lá dentro, realizando um sonho de consumo artístico, não sabia se olhava ou fotografava. Mais olhei que fotografei e nem todas as fotos que mostro aqui, são minhas. Mas valeu a pena!

O passeio pelo palácio prossegue com a visita aos vários ambientes, que hospedam quadros, afrescos e uma linda coleção de tapetes produzidos na Bélgica a partir dos desenhos de Raffaello. Até eu que não sou de tapetes, fiquei encantada.

Palácio Tè

Outro grande edifício monumental da cidade, casa de relax de Federico II Gonzaga, que a usava para hospedar sua amante oficial e para suas festas refinadas.

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O grande edifício quadrado com um pátio no meio, é cheio de grandes salas afrescadas pelo seu também arquiteto, o grande Giulio Romano, que em apenas 10 anos terminou a construção. A sala do Gigante e de Amor e Psique valem a visita e completam um tour por essa pequena pérola que é a cidade de Mântua.

Confesso que Palácio Tè foi uma das minhas etapas na minha passagem por Mântua há dez anos atrás e dessa vez, com a tarde livrem preferi explorar a beira do lago que contorna a cidade.

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A caminhada foi até que longa, mas eu não tinha tempo para um passeio de barco pelas águas do Mincio, o rio das redondezas que formam os lagos em volta da cidade.

Fazer o que? Vou ter que voltar!

Gastronomia

Quem conhece a Itália sabe o quanto é variada a sua gastronomia. Viajamos pouco mais de 100 k de Milão a Mântua e os pratos típicos já mudam completamente.

Parte da nossa experiência também incluía o jantar da sexta e o almoço do sábado em restaurantes que serviam os pratos da região. O mais famoso deles é o tortellini de zucca (torteli de abóbora) quase sempre preparado na manteiga e salvia.

Uma das minhas lembranças de 10 anos atrás era o restaurante onde tínhamos almoçado, mas não me lembrava do endereço e nem do nome. Qual não foi a minha surpresa quando na sexta a noite, depois de caminhar um pouco pelas ruas da cidade que começava a encher, reconheci o L’ochina Bianca, o restaurante onde tinha estado anos atrás.

Não preciso dizer que o menú era bem variado e cada um escolheu um prato diferente: quem primeiro prato, quem segundo. Eu acabei optando por uma massa com ragú de carne de asno. Sim, eu sei, pode parecer estranho para quem não está acostumado, mas é uma daquelas coisas que você não encontra todas as semanas nos restaurantes.

onde comer Mantua restaurante

Eu sou meio chatinha para comer, apesar de ter melhorado muito nesses anos aqui, mas quis experimentar. A carne estava saborosíssima. Aprovado.

Para fechar, uma sobremesa com creme de zabaione (adoro) e o dia se concluía de maneira perfeita.

O almoço do sábado foi ao ar livre, no pátio do Giallo Zucca, onde tinham nos preparado um menú degustação com uma entrada de peixe com polenta, torteli de abóbora e risotto alla pilota, que não é um risoto como conhecemos, mas mais parecido com nosso arroz (sequinho) feito com linguiça.

restaurante Mantua onde comer

Tudo regado com um ótimo vinho branco.

Como vocês podem perceber, Mântua não decepciona na beleza e na gastronomia.

Onde ficar

Com certeza a oferta de hotéis de Mântua é bem diferenciada.

Nós fomos hóspedes do Residence In Centro que fica perto da estação de trem e em uma antiga construção eclesiástica oferece 34 apartamentos-quartos de diferentes dimensões.

O meu era bem grande, no térreo e além de 2 camas de solteiro, era equipado com cozinha, micro-ondas, mesa e cadeiras, geladeira e TV. O banheiro também tinha secador e o residence dispõe de wi-fi grátis e possibilidade de café da manhã por 6 euros (a nossa estava incluída) que inclui café, sucos, croissants, pães, geléias, iogurte, frios e bolos.

hospedagem Mantua hotel

Como chegar

Para quem está de carro, a solução de Milão é pegar a rodovia A4 em direção Veneza e depois desviar na A22 e sair em Mantona Nord.

De trem (como fizemos) a opção são os trens regionais da Trenitalia, que ligam Milão a Mântua em 2 horas. Sim, é o mesmo tempo chegar a Veneza, mas os trens regionais são mais lentos e param em todas as estações.

Mesmo assim, é uma viagem que vale muito a pena. Mais uma cidade lombarda que tem muito para te surpreender.

Fotos: Milão nas mãos – exceto vista de Sabbioneta e Palácio Té (Wikicommons)

Bellagio e Varenna: as pérolas do Lago de Como

Apareceu na novela, em alguma revista ou caderno de turismo? Porque os brasileiros, esse ano, parecem ter descoberto Bellagio, a linda cidadezinha que fica na ponta da privilegiada ponta da ramificação do lago de Como, que tem a forma de um Y de cabeça para baixo.

Esse mês de junho e julho foi um dos passeios aos arredores de Milão  mais procurados pelos clientes… e em setembro a procura continua.

Você pode incluí-las em um estadia mais longa em Como ou em um bate e volta ao lago a partir de Milão.

passeios lago como bellagio

Mas o lindo lago lombardo tem também uma outra pitoresca cidadezinha, na parte das margens de Lecco, que rivaliza com Bellagio o título de Pérola do Lago de Como: é Varenna.

As duas cidades, que ficam bem em frente uma da outra, são ligadas pelos barcos que fazem o transporte de passageiros no lago e se você tiver um dia livre pela frente, pode visitar as duas, já que se são vilarejos pequenos.

BELLAGIO

Uma das cidades mais famosas do Lago de Como, era um renomado local de férias, hoje conta com pouco mais de 3.000 habitantes e fica a 1 hora da cidade de Como com o barco rápido.

Ainda que conheça gente que tenha pernoitado na localidade, acho que ela vale mais para uma passada, um pouco mais demorada se incluir um almoço ou um café no final da tarde.

Visitar Bellagio Lago Como

O barco que parte de Como atraca no ínicio da beira lago, que reune restaurantes e hotéis e que partir da primavera ficam lotados. É a beira d lago que ficam as duas renomadas vilas da cidade: Villa Serbelloni, que hoje é o único hotel 5 estrelas de Bellagio (o parque é visitável para grupos organizados e com reserva) e a Villa Melzi d’Eril, propriedade privada e ainda hoje, residência. O seu parque fica aberto a visitações do final de março até início de novembro.

Mas a verdadeira atração fica por contas das ruazinhas que levam a parte de cima do vilarejo, onde turistas entram e saem das pequenas lojas de souveniers e de boutiques.

Visita lago Como e Bellagio

Não resta que fazer a mesma coisa, talvez se dedicando a entrar rapidamente nas duas igrejas que ficam na colina: San Giorgio e a basílica de San Giacomo, um pouco escura mas bem bonitinha.

Para quem vai em um bate a volta a partir de Como, a visita dura entre 2 ou 3 horas, tempo suficiente para apreciar o dolce far niente regado pelo sol de primavera ou verão.

Quem prefere fazer as coisas com mais calma, pode escolher de pernoitar ao menos uma noite na cidade.

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VARENNA

Fica na frente de bellagio, mas na parte da ramificação do lago que pertence a Província de Lecco. Era um antigo vilarejo de pescadores e que hoje conta com menos de menos de 1.000 habitantes.

Vale para um bate e volta a partir de Como  e, por que não, combinada com uma passagem por Bellagio, a qual é ligada por uma breve distância de barco.

Varenna Visitar Lago de Como

É mais plana que a sua rival, tem uma beira lago menos poluída pelos pontos de barco e, quer saber? É a minha preferida entre as duas, até porque me parece menos turística.

Confesso que já faz alguns anos que não retorno (todos pedem Bellagio), mas me lembro de suas ruazinhas, de um sorvete maravilhoso que tomei (ok, aqui não é difícil) e das “prainhas” da cidade.

A maior atração da cidade é a linda Villa Monastero, que fica ao longo do lago, é propriedade da Provincia de Lecco e hospeda uma casa museu e um lindo jardim botânico.

passeios lago como varenna

Mais uma das belezas da Lombardia para você incluir no seu roteiro.

A viagem entre Como e Bellagio dura 1 hora com barco rápido (14,90 por trajeto) e 1 hora e 50min com o barco lento (8,90 por trajeto). Clique no site da empresa de navegação para saber os horários, que mudam segundo a estação do ano.

Site empresa de navegação Lago de Como (em inglês)

Site Turismo Bellagio

Site Turismo Varenna

*Esse post contém link para afiliados (Booking). Para saber sobre nossa política de monetização, clique aqui.

Foto da vista de Varenna: Wikicommons – autor: Aconcagua

Bate e volta de Milão para o Lago de Como

A região da Lombardia não é banhada pelo mar, mas foi agraciada com 3 dos maiores e mais famosos lagos italianos: o Lago de Garda (o maior do país), o Lago Maggiore e o Lago de Como, que a diferença dos outros dois, fica inteiramente na Lombardia.
Com a chegada da primavera e verão e seus dias quentes e longos, nada melhor do que um bate e volta a partir de Milão para o Lago de Como para curtir a ‘praia dos milaneses’.

Bate e volta de Milão para Veneza

Cidade única no mundo, duas Venezas não existem. Podem compará-la com Amsterdam, podem reproduzi-la em Las Vegas, mas a original é aqui, a nossa.

Consciente disso, eu já me justifico, dizendo que não me rasgo pela cidade. Continuo achando que apesar de ter estado lá umas 5 vezes nesses 13 anos de Itália, eu nunca a explorei com calma, conhecendo sua história (com uma visita guiada, por exemplo). Ou seja, já resolvi que vou dar uma segunda, ou melhor, sexta chance para a Sereníssima.

Mas ao contrário de mim, muita gente ama Veneza, a tem como sonho de consumo de viagem e faz de tudo para dar um pulinho lá, nem que seja em um bate e volta desde Milão ou passando por ela antes de seguir viagem pela Itália.

Veneza fica a 250 km de Milão e você pode chegar lá de carro em 2hs 40min/3hs ou de trem em mais ou menos 2hs 30 min. Para quem vai de carro, existe o “problema” de estacionamentos caríssimos (média 21 euros/dia), ou seja, melhor de trem.

Estação St. Lucia ao fundo e as indicações para os pontos turísticos

Estação St. Lucia ao fundo e as indicações para os pontos turísticos

Quem opta pelo trem, chega na estação Santa Lucia. Saindo, depois de se deparar com o Canal Grande,  é só escolher o itinerário a seguir. Se o tempo é curto e seu objetivo é a Praça San Marco, saindo da estação você encontra duas opções de itinerário sinalizados com plaquinhas. Não tem como errar. A famosa Ponte de Rialto também é sinalizada e você com certeza não vai perde-la.

Mas até você chegar ao seu destino, aproveite para se deliciar pelas ruelas dessa cidade com uma história secular de poder e comércio, subindo e descendo pontes que atravessam pequenos canais e imaginando Casanova que corria entre elas fugindo de maridos traídos e raivosos.

Para quem chega na Praça San Marco, difícil ficar indiferente as dimensões e imponência dos palácios. Além da famosa basílica de arquitetura com influência bizantina e que começou a ser construída em 1063, a praça símbolo da República de Veneza é emoldurada pelo lindo Palácio Ducal e por uma série de outras construções onde funcionavam bibliotecas, procuradorias e que concentravam a vida política, religiosa e civil da cidade.

Controle a fila de entrada da basílica e decida se entrar ou não. Nos meses de alta estação ela é enorme, já no outono inverno é inexistente. A entrada é gratuita e vale a pena nem que seja para apreciar a maravilhosa decoração interna em mosaicos dourados. Impossível não prestar também atenção ao pavimento que está afundando em certas partes.

Praça São Marco fotografada do navio e o Palácio Ducal

Praça São Marco fotografada do navio e o Palácio Ducal

É também na praça que fica o mais famoso e mais antigo café italiano: o Florian. Frequentado por Casanova e fundado em 1720, pode ser uma ideia se você não tem problemas de orçamento (café a 6,50 euros) e quer viver Veneza a 100%. Sente-se e esqueça-se do tempo olhando a mais famosa sala de estar do mundo.

Para quem prefere uma opção mais econômica mas com um ótimo custo benefício, deixo a dica do último restaurante onde almocei na cidade, a Osteria Barababao, comida boa e preço mais que honesto para a cidade.

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Entre uma batida de perna e outra, tem quem também não quer renunciar a um passeio em gôndola. Eu nunca tive esse sonho, mas acabei fazendo como convidada de uma amigas em novembro. Meia-hora de tour custa por volta de 80 euros e a vantagem é que te leva a canais minúsculos entre as casas, que seriam impossível de conhecer.

Ver Veneza dos canais é uma experiência realmente diferente, mas se seu orçamento é limitado, opte pelo vaporetto na hora de voltar por exemplo da Praça San Marco a estação Santa Lucia. Você faz todo o Canal Grande e o visual é o mesmo.

O famoso e caro passeio de gôndola

O famoso e caro passeio de gôndola

A melhor maneira de conhecer Veneza (e outras cidades) é a pé, mas quem tem pouco tempo ou menos disposição,  uma boa opção pode ser o bilhete de vaporetto por hora. Um exemplo: 12 horas com viagens ilimitadas custa 18 euros. Um bilhete unitário custa 7,00 euros.

Pode ser a melhor maneira para atravessar os canais e conhecer igrejas como Santa Maria della Salute, uma das maiores expressões do barroco veneziano e que foi construída como pagamento de uma promessa a Nossa Senhora feita por parte dos venezianos para a liberação da cidade da peste que dizimou a população entre 1630 e 1631.

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O Museu Peggy Gugenheim

A igreja barroca de Santa Maria dela Salute

A igreja barroca de Santa Maria dela Salute

Para quem tem mais tempo ou interesses artísticos e culturais, Veneza oferece museus e palácios para visitação como a Coleção Peggy Guggenheim, o Palácio Ducal com o belo “Apartamento del Doge” e onde você atravessa a famosa Ponte dos Suspiros, que leva às prisões, e  a Gallerie dell’Academia que hospeda obras de grandes pintores venezianos como Tiziano e Tintoretto.

Quem pretende fazer mais que um bate e volta e explorar a cidade com calma em 2 ou 3 dias, existem as opções de hotéis na Laguna

Uma opção mais barata, que eu já usei (fiquei no hotel Villa Costanza, a 250 mts da estação de trem), é ficar em Mestre que tem uma ligação rápida com a laguna de ônibus ou trem.

A Ponte de Rialto fotografada a noite do vaporetto

A Ponte de Rialto fotografada a noite do vaporetto

Informações:

Compre os bilhetes de trem para Veneza diretamente do Brasil, clicando aqui

Horários da Basílica de San Marco, clique aqui

Café Florian, clique aqui

Horários e tarifas da visita Palazzo Ducale, clique aqui

Coleção Peggy Gugenheim, clique aqui

Osteria Barababao
Cannareggio, 5835-5838

*Esse post contém link para afiliados (Booking e RailEurope). Para saber sobre nossa política de monetização, clique aqui.

Fotos: Milão nas mãos