Que a Itália seja uma grande meta gastrônomica para os amantes da cozinha genuína, poucos discordam. Mas dentro desse paraíso de sabores autênticos e que dá muita atenção as matérias primas de qualidade e a tradição, existe um outro paraíso: a região da Emilia Romagna.
Berço de produtos italianos famosos no mundo todo como o queijo parmigiano e o presunto de Parma, é também o berço de pratos de tradição como o molho a bolonhesa e a lasanha.
Mas se esses são só alguns dos produtos mais famosos, a região conta ainda com cerca de 41 produtos IGP (Indicação Geográfica Protegida) e DOP (Denominação de Origem Protegida).
Na minha última viagem a região, tive a maravilhosa oportunidade de mais uma vez ter contato com a produção de alguns produtos que fazem da Itália uma excelência gastrônomica mundial.
VIA EMILIA
O itinerário enogastrônomico proposto foi feito ao longo da milenar Via Emilia, antiga estrada construída pelos romanos entre 189-187 a.C para ligar as atuais Rimini a Piacenza, cortando de Sul a Norte a região (veja na ilustração acima a linha que corta a região ao meio).
Dozza, Parma, Modena, Bolonha e Forlimpopoli, foram algumas das cidades visitadas em quatro dias de viagem.
OS VINHOS
Longe de ter vinhos famosos como as regiões da Toscana e Piemonte, a Emilia Romagna também não faz feio (e a Itália faz feio quando se trata de vinhos?) com das colinas bolonhesas e até com seu vinho mais conhecido, o Lambrusco.
Ponto de partida para quem quer uma imersão total, é a Enoteca Regional Emilia Romagna, no gracioso burgo de Dozza, que fica bem na ‘fronteira’ entre a Emilia e a Romagna. Sim, a região é feita de duas partes distintas.
Pignoletto Frizzante, Rosato del Campanone, Sangiovese di Romagna, Sauvignon e Albano Passito foram algum dos vinhos propostos na degustação na enoteca.
Visitamos também três vinícolas da área, Fattoria del Monticino Rosso, onde estavam já colhendo as primeiras uvas (era metade de setembro), Podere dal Nespoli, uma das mais modernas da região e Podere La Fontana, que produz vinho orgânico.
PARMIGIANO REGGIANO E PRESUNTO DE PARMA
Indiscutivelmente são os dois produtos regionais mais famosos no mundo. Mas ainda que você seja um fã e consumidor deles, a magia só se completa quando você tem a oportunidade de visitar uma fábrica e conhecer de perto os métodos de produção, que mesmo sendo realizados com alta tecnologia, em grande parte ainda precisam da experiência que só o homem pode ter.
São lugares onde a tradição tem um papel fundamental e só o grande respeito a ela confere aos produtos a qualidade inigualável.
VINAGRE TRADICIONAL DE MODENA
Generalizado como vinagre balsâmico, esqueça tudo o que você tenha comprado no supermercado e colocado na sua salada.
O verdadeiro e autêntico, não leva caramelo e vinho por exemplo e é feito exclusivamente com o mosto da uva. 100% mosto de uva que em um processo longuíssimo e muito ‘caseiro’ repousam por um minímo de 12 anos (e um máximo de 50-100 anos) em barris de madeiras diferentes , antes de serem aprovados pelo consórcio e engarrafados na embalagem especial desenhada pelo designer Giorgetto Giuggiaro.
Sim, porque o verdadeiro vinagre balsâmico tem sempre a mesma embalagem, o que muda é o rótulo da ‘acetaia’ (nome do lugar que produz o vinagre). Esqueça também os preços do supermercado, uma garrafinha de um vinagre envelhecido 12 anos (que é o mínimo) custa cerca de 40 euros. Mas a experiência de sabor também é completamente diferente.
Tenho que dizer que das tradições que conheci na Emilia Romagna, foi a que mais fascinou.
A GASTRONOMIA
Uma região tão ligada à tradição e produtora de produtos de qualidade como a Emilia Romagna, não poderia não ter uma grande gastrônomia, que vai muito além do molho a bolonhesa e da lasagna (coisas que por sinal nem comemos nessa viagem).
A grande protagonista é a massa fresca, feita em casa, que vira tagliatelle, tortellini, garganelli e outros formatos típicos da zona.
Tivemos a oportunidade de apreciar tudo isso nos 3 jantares oferecidos nos hotéis onde nos hospedamos durante a viagem: Agriturismo Ca- Monti, Corte San Rufilo e Ca’ Montanari.
Outro ponto alto da viagem foi a aula de história da gastronomia e massa fresca na bela Casa Autusi, sobre a qual contei em um post dedicado a escola.
Tudo isso, emoldurado pelas belas paisagens emilianas, feitas de colinas e vinhedos e que lembram muito a sua vizinha mais famosa, a Toscana.
Na sua próxima viagem pela Itália, pense em priorizar o Norte do país e inclua a Emilia Romagna no seu itinerário. Além da tradição gastrnômica, você pode também se deliciar com a Ferrari e Pavarotti, além das belíssimas cidades da região como Bolonha, Modena, Parma, Ferrara e Ravenna.
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AULA DE CULINÁRIA NA CASA ARTUSI
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*Minha viagem a Emilia Romagna foi um convite do Emilia-Romagna Tourism Board e fizeram parte do blogtour Fine Food and Wine: The Ultimate Italy, mas todas as opiniões aqui relatadas são pessoais.
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Olá, nós moramos por 4 anos em Modena, a Emilia é mágica!!!
Aceto balsamico tradizionale é uma aula de história!
No Ca Montanari, que vc cita, tem o Opera 02, lugar bacana e com uma vista linda! Que saudades da minha velha Emilia-Romagna!
Oi Mage!
Nossa, fiz uma viagem gastronômica só nessa leitura. Já estou aqui sonhando com minha próxima viagem para a Itália que será pela região da Emilia-Romagna e seu post só me deixou mais animada!
Obrigada por compartilhar.
Beijos
Que delícia Mage!!! Quero um dia conhecer! Obrigada pela partilha! beijos
Oi Ritinha,
É realmente uma região com uma história gastronômica incrível.
Estou te esperando… Bjs
Confesso minha ignorância no quesito vinagre e gostaria muito de conhecer melhor. Nada como uma experiência in loco para aprender. Espero poder passear por lá também.
Bjs
Oi Isa!!
Ah, nada como estao ‘no’ lugar…