Os estabelecimentos históricos de Milão

A memória de uma cidade passa também pelo seu comércio e os estabelecimentos históricos de Milão são um valioso exemplo de tradição.

Ainda que nunca tenha sido uma cidade de mar, com porto, Milão sempre teve uma grande vocação comercial.

Praticamente do meio da Europa ocidental, Milão sempre foi a ligação entre o mundo mediterrâneo e os países transalpinos (do lado de lá dos Alpes).

Mesmo que sempre tenha sido a cidade mais apressada da Itália, com sede de evolução, ainda hoje conserva alguns estabelecimentos históricos, reconhecidos por uma associação local e que em parte ajudam a contar um pouco da história da cidade e dos milaneses, garantindo uma continuidade da identidade.

A Galeria Vittorio Emanuele, inaugurada em 1877 reúne vários desses estabelecimentos históricos: o restaurante Biffi, o Savini, a Livravia Rizzoli e a primeira loja da Prada, aberta em 1913 com o nome de Fratelli Prada.

Os estabelecimentos continuam pelos arredores da Praça Duomo, com a famosa Peck (empório gastronômico bisavô do mais conhecido Eataly), a Peixaria Spari, a livraria Hoepli e os famosos panzerotti do Luini.

Um dos meus preferidos é o Camparino, bar da marca Campari, presente na Galeria desde a sua abertura em 1915.  Esse foi o bar que ensinou os italianos a beberem o Campari Soda.

Mas não é só no centro de Milão que os estabelecimentos históricos estão presentes. Os bairros milaneses, principalmente os mais residenciais são cheios de comércio tradicionais dos mais variados setores.

Sorveterias, armarinhos, empórios, joalherias, sapatarias, cabelereiros e barbeiros, papelarias, livrarias, a lista é longa e é atualizada pela prefeitura e pela associação dos estabelecimentos históricos.

Comércio na grande maioria das vezes administrado por famílias, a tradição passa de avós, de pais para filhos e nos dá a sensação de que na Milão frenética, algumas coisas ficaram como eram.