A história do Carnaval em Milão
O carnaval mais famoso do mundo depois do nosso brasuca, é o de Veneza. Mas pela Itália, temos outros carnavais famosos e o de Milão, se não está entre eles, tem as suas particularidades.
Festa de origem antiguíssima que se festeja nos países de tradição católica, pega o nome do latim “carnem levare” (eliminar a carne), já que antigamente o banquete era feito na terça (dia gordo) antes de começar o jejum da quaresma.
Por aqui, a coisa que mais diferencia o carnaval são os dias que ele é comemorado, já que Milão e arredores seguem o ritual ambrosiano da igreja. O carnaval aqui começa na terça (de carvanal) e termina no sábado antes do domingo de quaresma.
Diz a lenda, que Ambrósio (primeiro arcebispo de Milão no século 4) estava ocupado em uma pelegrinação e os milaneses o esperaram para comemorar o dia de cinzas, adiando toda a festa. E assim ficou.
Festa muito aprecidada pelos milaneses, arriscou de ser suprimida nos séculos 16 e 17 pelos arcebispos conservadores como Carlo Borremeo, que se pronunciava contra os milaneses fanfarrões: “Agora aqui se lembre, Milão, as máscaras, as comédias, os jogos pagãos, as danças, os banquetes, os excessos e pompas, os gastos exorbitantes, as brigas, os homicídios, as lascívias, as desonestidades, as tuas monstruosas loucuras e deboches.”
Naquela época de pestes e carestias, a festa de carnaval era feita de desfiles de carros mais ou menos alegóricos e quem podia, se vestia com trajes pomposos e ricos. Era proibido o uso de máscaras de personagens eclesiásticos. O desfile mais famoso partia da Praça Duomo e descia o que é hoje Via Torino e Corso de Porta Ticinese.
Mesmo com todas as tentativas de proibições e com a pior peste que se abateu sob a cidade (1630), o carnaval milanês teve seu auge no século 17. Foi também nessa época que surgiu o personagem carnavalesco mais famoso por aqui, criado por um autor de comédias teatrais e que hoje dá nome aos cidadãos milaneses: Meneghino.
O nome é o diminutivo de Domenico e representa os domésticos dos nobres da época (quem não podia ter um doméstico fixo, contratava um para os domingos). O Meneghino não usa uma máscara e tem uma esposa chamada Cecca (diminutivo dialetal de Francesca).
Hoje as coisas mudaram bastante: por aqui os dias de carnaval não são feriados e a festa se resume praticamente a crianças fantasiadas na Praça Duomo brincando com confete e serpentina ou um desfile aqui e alí.
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