Milão e suas portas
Quem visita Milão e olha um mapa da cidade ou caminha por ela se dá conta que algumas ruas tem o nome de Porta (alguma coisa) e quando pega tal rua, encontra a tal da porta.
Assim como outras cidades italianas cercada por muralhas, Milão sempre teve as suas portas, desde a época romana. As portas das muralhas romanas eram de madeira e senhor bárbaro Federico Barbarossa, acabou também com elas na sua devastadora entrada na cidade em 1162.
Em época medieval, as muralhas foram refeitas e Milão ganhou as suas 6 portas, que eram as entradas da cidade e dividia a cidade em 6 “bairros”: Porta Oriental, Porta Romana, Porta Comasina, Porta Vercellina, Porta Ticinese e Porta Nuova.
Em época espanhola, a cidade se alargou e algumas portas medievais foram abatidas (sobraram só as minhas preferidas: Porta Nuova e Porta Ticinese) e refeitas no “anel” mais externo da cidade.
Em período Napoleônico, o famoso nanico francês as achava pouco monumentais e gastando um pouco de dinheiro do povo, refez quase todas as portas espanholas, salvando só Porta Romana.
Além de serem a entrada para a cidade, eram nas portas que impostos de entradas de produtos eram pagos.
Mas quais são e como são as portas de Milão, atualmente?
Porta Nuova (medieval)
É uma das portas medievais (reformada nos séculos 19 e 20) e era uma das maiores naquela época, colocada ao longo do curso dos canais (que passava onde hoje é Via Senato e Fatebenefratelli).
É a porta que fica em Via Manzoni, uma das que formam o famoso Quadrilátero da Moda.
Porta Nuova (Napoleônica)
Situada em Piazza Principessa Clotilde, era colocada ente as muralhas espanholas. A porta que se encontra hoje no local é de época Napoleônica (1813).
Porta Ticinese (medieval)
Outra sobrevivente de época medieval, também ficava ao longo do canal (hoje Via Mulino delle Armi). É a porta que se vê Corso de Porta Ticinese e passando em frente das Colunas de San Lorenzo. O nome se refere ao rio Ticino, direção para a onde a porta levava.
Porta Ticinese (Napoleônica)
Refeita no século 19, é a versão mais moderna e monumental da porta colocada nas muralhas espanholas. Fica em Piazza XXIV Maggio, ao lado da Darsena, um pouco antes de começar os canais.
Porta Vercellina (depois Porta Magenta)
A única que não sobreviveu às mudanças da cidade, no seu lugar hoje existe um grande cruzamento (Piazzale Baracca).
Porta Venezia (já Porta Orientale)
Reformada em época napoleônica, não é bem uma porta, mas a entrada no corso (avenida) mais monumental da cidade, Corso Venezia, que no século 18 foi o lugar “in” para os nobres construírem seus palácios, já que a família imperial austríaca, governantes da cidade, entravam em Milão vindos daquela direção.
Porta Romana
A principal porta da cidade em época romana, indicava a saída e a entrada para Roma. Hoje, a porta refeita em época espanhola, fica no meio de uma espécie de rotatória e não longe dos restos das muralhas espanholas de Milão.
Porta Garibaldi (já Porta Comasina)
O antigo nome indicava a direção de Como e, ainda hoje, o nome da pequena rua que começa depois dela é Corso Como (vindo do centro).
Também refeita em época napoleônica, depois da união da Itália, foi batizada de Porta Garibaldi, em homenagem ao famoso personagem da história italiana.
PS:. Milão tem ainda a Porta Volta, mas que foi construída já em 1880 no eixo que levava ao Cimitero Maggiore e também Porta Vittoria, que nunca foi uma porta principal e sim secundária e não marcava um dos bairros (sestieri) milaneses.
Muito bom conhecer mais um pouco da história das portas da cidade. Em breve, verei “in loco”.
Abraços
Muita coisa eu não sabia! Adorei o post!!
Baci
Muito bom Mage! Vou querer conhecer todas!!! :)
Pode deixar, Ritinha!! Bjs