Corso de Porta Ticinese e Navigli, a área dos canais milaneses, podem ser considerados hoje um como a continuação do outro, mas a origem do primeiro é bem mais antiga do que a zona de badalação noturna milanesa.
O eixo que vai de via Torino e que continua em Corso de Porta Ticinese, fazia parte da cidade já em época romana, prova disso é a imponente Basílica de San Lorenzo, que tem origens naquele período (as colunas romanas que ficam alí na frente estavam em outro lugar da cidade e foram levadas para alí posteriormente).
Séculos mais tarde a zona tinha uma péssima fama, já que era povoada de prostitutas e criminosos. Era também alí, atrás da basílica e onde hoje fica o Parco delle Basiliche, que eram queimadas as vítimas da inquisição espanhola.
Mas a presença de água, já que os canais passavam logo depois da porta medieval que ainda hoje está alí, atraiu também para o bairro curtumes e serralherias.
Hoje, o eixo de Corso de Porta Ticinese é a principal referência para o comércio alternativo com suas lojas descoladas e brexós misturadas a alguns bares e restaurantes para o aperitivo ou jantar.
Já a zona Navigli, que fica depois da segunda Porta Ticinese (Praça XIV Maggio) é um pouco mais “recente”, já que o grande curso de águas milanês começou a ser aberto em período medieval.
Deixano para trás Porta Ticinese, se dá de cara com a novíssima Darsena, antigo porto milanês de grande importância quando os canais tinham um papel fundamental no transporte de mercadorias e pessoas.
Uma das áreas mais frequentadas por locais e turistas para curtir a vida noturna milanesa, concentrada nas centenas de bares e restarantes que emolduram as águas, o Navigli era até algumas décadas atrás um bairro popular com uma grande concentração de operários pela proximidade com algumas industrias situadas do outro lado da ferrovia (Porta Genova ), na atual Zona Tortona.
Um dos cantinhos mais pitorescos e fotografados dos canais, o Vicolo Lavandai (Beco das Lavadeiras) ainda era usado no ínicio do século 20.
Mas nas águas dos canais não se lavava só roupas. Os milaneses pescavam, nadavam e remavam no que era o “mar de Milão. Nos anos 30, começa o processo de cobertura dos canais na área do centro (la cerchia dei Navigli), restando só que encontramos hoje na zona: o Naviglio Grande e o Naviglio Pavese, além da Darsena.
A vida boêmia do bairro nasce a partir dos anos 60, mas assim como Brera, o bairro tem seu boom (também imobiliário) no final dos anos 80 e início dos anos 90 e suas casas popolares, as famosas ‘case di ringhiera’ (casas de balaustras) se tornam um dos metros quadrados mais caros da cidade.
Famoso e sempre muito cheio é seu ‘Mercado de Pulgas’, que acontece todo último domingo do mês (exceto julho).
Ainda que atraia centenas de turistas, o Navigli também é bem frequentado pelos locais. A minha dica, para quem quer fazer uma imersão no bairro e conhecer além do lado boêmio, é fazer um passeio pela manhã ou a tarde, quando tudo é mais tranquilo e tentar imaginar como era a Milão mais autêntica, de alguns anos atrás.
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Adorei o blog e estou devorando, mas fiquei especialmente feliz em encontrar em esse post. Estou indo para Milão agora em Outubro e ficarei hospedada em Ripa di Porta Ticinese. (fiz uma besteira na hora de usar o booking e não tinha como desfazer) Gostaria de saber se o local é seguro para caminhar e chegar um pouco mais tarde após um dia de passeio ou um jantar que se prolongue. Minha hospedagem, de acordo com o google maps, ficará a 300 mts da estação final da linha 2. Quaisquer informações a mais me ajudarão muito! Agradeço desde já.