Os restauros no Duomo de Milão
O turista que chegou aqui nas últimas semanas, encontrou uma Duomo em faxina. Enormes gruas dentro da catedral limpam as estátuas dos capitéis das enormes colunas internas; a controfachada está coberta por andaimes desde o ínicio de julho e isso sem falar nos restauros na parte externa.
Misturada no meio de ondas de turistias que invadem a cidade no verão, confesso que me perguntei se a Veneranda Fabbrica del Duomo, instituição responsável desde 1387 por tudo o que diz respeito a catedral, não podia esperar até setembro, quando o número de turistas dá uma leve diminuida. Pergunta feita, eu mesma me dei a resposta de que provavelmente eles tinham bons motivos para estar fazendo essa faxina próprio agora. Parece que é mesmo isso.
Aliás, faxina é um termo que se pode usar para a parte interna do Duomo, onde o mármore escurecido pode ser limpado. O restauro da parte externa é mais complicado e demorado, já que o mármore de Candoglia, é muito delicado e sofre com a poluição, a chuva ácida e por isso se corroi. Isso faz com que na parte externa, o restauro signifique a substituição de todo o mármore e suas respectivas estátuas .
Lí nos últimos dias que o Duomo tem menos de 2 anos para terminar os restauros antes da Expo 2015, a exposição mundial que trará 20 milhões de visitantes à cidade. Primeira etapa de quem chega na cidade? A sua belíssima catedral.
Mas manter todo esse esplendor de mármore custa 23 milhões de euros por ano só para a manutenção ordinária. Tudo o que é extraordinário, consome mais e mais milhões de euros, que a Veneranda tem que procurar, já que os subsídios estatais são cada vez mais escassos.
Já faz uns 2 anos que a necessidade de dinheiro mudou a rotina da catedral milanesa: grandes outdoors cobrem parte dos andaimes na lateral em restauro (50-100 mil euros por mês de entrada), o pagamento de 2 euros para poder fotografar o interior, a campanha Adota uma espira, onde empresas e comuns cidadãos pode contribuir economicamente com o restauros do que é um dos símbolos da catedral: seus 135 pináculos e suas estátuas.
A maior fonte de entrada da catedral é o dinheiro que os quase 1 milhão de visitantes pagam para subir na única catedral que tem o teto completamente percorrível. São 7 euros para subir com as escadas e 12 de elevador.
Para terminar, nos últimos dias a grande polêmica é a intenção de abrir um pequeno bar no teto. A Veneranda entregou o projeto, o Ministério dos Bens Culturais não o aprovou e nas redes sociais e blogs os milaneses se mostram indignados: o Duomo não se toca!!
Ainda que eu entenda a real necessidade da Veneranda Fabbrica em arrecadar fundos para a manutenção desse edifício extraordinário, não vejo com bons olhos um bar lá em cima, mas espero com entusiasmo a reabertura do Museu do Duomo (fechado por 4 anos), prevista para novembro 2013 e que vai disponibilizar ao público parte do material de arquivo acumulado nesses mais de 6 séculos pela Veneranda Fabbrica del Duomo.
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