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Bar Martini – Dolce Gabbana em Milão

Um lindo domingo de sol para os lados de Corso Venezia. Passeia daqui e de lá e já era hora do almoço. É uma área, que eu gosto muito: palácios elegantes, algumas lojas e escritórios de grandes grifes, mas poucos restaurantes. As opções naquele pedaço de avenida para nós eram duas e acabamos escolhendo o Bar Martini – Dolce Gabbana, chamado assim porque fica praticamente dentro da boutique masculina da marca.

Confesso que entrei não muito convencida da escolha que tínhamos feito, por que bares e restaurantes ligados a grifes nem sempre são as minhas opções preferidas. Mas tenho que admitir que me surpreendi.

bar martini em Mião

A entrada que dá diretamente no restaurante, é quase anônima, com uma única placa preta com o nome da marca de bebidas encostada na parede. É possível também entrar passando pela loja Dolce Gabbana.

Como o dia era de sol, queríamos ficar no jardim anterior, mas estava cheio e o garçom que nos recebeu sugeriu que sentássemos no terraço de vidro que fica na parte de trás, depois de atravessar o pequeno bar, onde o preto impera.

bar martini Milao

A parte de trás é muito agradável e com certeza mesmo nos dias de chuva e frio é possível aproveitá-la. O público era predominantemente de milaneses, eram poucos os turistas. As mesas são baixas, redondas e ideais mais para um happy hour do que para refeições. São rodeadas de um lado por um comprido sofá e do outro por puffs baixinhos.

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O menù é uma mistura de opções de saladas, massas, carnes, peixe, sanduíches e hamburgers. Os preços foram uma outra surpresa, dada a localização e a parceria com a famosa grife italiana. As saladas ficam por volta de 12 euros, as massas e risottos entre 12 e 16 euros, carne e peixe não superam os 22 euros e sobremesas ficam entre 6 e 8 euros. As porções são fartas.

Eu escolhi uma pasta só porque era feita com uma cebola doce (cipolle di Tropea) que só dá essa época do ano na Calabria e que eu adoro e espero o ano inteiro para comer: tagliolini fresco com bacalhau, cebola de Tropea e creme de ervilhas. Estava uma delícia. Meu marido optou por um anel de risotto de açafrão, radicchio e creme de gorgonzola. Só eu pedi uma taça de vinho branco para acompanhar a minha massa com peixe. Gastamos 39 euros em 2 pessoas.

bar martini dolce gabbana milao

Na hora da sobremesa, escolhemos um doce que, minutos depois o garçom veio (pedindo mil desculpas) avisar que não tinha naquele dia. Nos perguntou se poderiam nos oferecer docinhos sicilianos, mas acabamos recusando.

O serviço é muito educado, feito por uma equipe exclusivamente masculina e jovem que parece ter saído de um book de agência de modelos. Apesar de toda essa proximidade com o snob mundo milanês da moda, o bar restaurante não tem aquele jeitão de nariz em pé.

Da próxima vez, quero voltar no horário de happy hour para aproveitar a atmosfera.

Bar Martini – Dolce e Gabbana
Corso Venezia 15
De segunda a sábado das 7.30 às 22h
Domingos das 9 às 21h

Fotos: Milão nas mãos

California Bakery: um americano em Milão

O California Bakery de Via Larga

Você está em Milão e por isso deveria se esbaldar em comer pizzas, massas, panini (sanduíches italianos) e até meu amado panzerotto. Mas esse é um blog democrático e se você tem uma queda pelo american style, aqui vai a dica de um lugar forasteiro: California Bakery, a bakery mais amada pelos milaneses.

É um daqueles lugares moderninhos, caros, decoração bem cuidada e cheio de gente jovem com seus laptops e tablets que aproveitam da área free wifi enquanto tomam um café. Como é um daqueles lugares badaladinhos, dependendo do dia e da hora é bem cheio, a espera pode ser longa e o serviço se torna lento.

Última vez que passamos (Via Larga) era um sábado lá pelas 18.30, mas era cedo para os padrões milaneses e comemos em santa paz.

Como manda o figurino e o nome, o menú de mais ou menos 10 páginas, é americanérrimo e passa dos muffins e brownies para o café da manhã aos hamburgers, sopas e bagels para o almoço ou jantar. Não faltam também as altas fatias de bolos, apple pie e o famoso e tão adorado cheese cake. A variedade é grande e os preços não são econômicos (hamburgers de 13 a 20 euros, fatias de bolos e tortas de 6 a 8 euros).

De maio a setembro California Bakery oferece o Pastis Time: uma opção de happy hour diferente, composto da bebida francesa a base de anis, o Patis, que pode ser diluído em suco de laranja ou água e limão e que é servido com pequenas porções de petiscos.

O nosso Patis, seleção de bagels e brownie

Para completar eles também oferecem o menu infantil e aos sábados, domingos e feriados o brunch das 11 às 17 (25 euros por pessoa), com reserva obrigátoria e aconselhada pelo menos 3 dias antes.

E quando o sol presenteia Milão e começa dar aquela vontade de ficar ao aberto, a sugestiva filial da Praça Sant’Eustorgio, que fica em frente ao lindo Parque das Basílicas, propõe nos finais de semana, de abril a setembro, o Pic-nic Brunch. Você retira almofadas, toalhas e cesta (tem que deixar um documento), leva tudo para o parque e faz sua refeição alí A cesta/menu para 2 pessoas custa 40 euros. Perfeito para os dias de sol da primevera e verão.

O kit pic nic do California Bakery 

Os restaurantes da rede ficam abertos até as 24h e em Milão eles tem vários endereços espalhados pela cidade.

California Bakery:
Via Larga, 19 (área Duomo)
Piazza Sant’Eutorgio, 4 (área Porta Ticinese)
Viale Premuda, 44 (área Porta Venezia)
Via Tortona, 28
Corso Como, 5 (área Corso Garibaldi)
Consulte o site para telefones

 

SignorVino: comer com vista para o Duomo

Para mim, que não sou turista por aqui, ou talvez próprio por essa razão, encontrar um restaurante no centro de Milão para almoçar (sim, centro, centro, tipo praça Duomo e arredores não distantes) é sempre um problema.

Claro, quando a pressa é grande e a vontade de pensar e andar é pouca, vou sempre de panzerotto do Luini (leia post), mas as vezes a vontade é de entrar em algum lugar, sentar e comer descentemente, sem gastar as fortunas que custam alguns restaurantes da Galeria Vittorio Emanuele, que são lugares históricos, mas por isso mesmo cheio de turistas.

A minha dica em Milão é sempre evitar aqueles restaurantes ao longo da Via Vittorio Emanuele, que colocam fotos de pratos do lado de fora e servem lasanha congelada por preços absurdos. São o que eu chamo de armadilhas para turistas.

Uma boa opção para comer no centro, bem atrás do Duomo, já que o restaurante fica atrás da abside da catedral (a parte mais linda da construção), é o SignorVino.

É um restaurante-winebar, onde você também pode comprar bons vinhos italianos a partir de 10 euros, que ficam expostos divididos pelas regiões italianas.

O lugar é bem agradável, bem iluminado pelas grandes janelas e a comida é boa e barata para os padrões milaneses e você almoça ou janta rodeado de gente da cidade.

Última vez que estive lá, estávamos em três, eram 13.30 e não tínhamos reservado (aconselho fazer). Tívemos que esperar um pouco por uma mesa (10 minutos) mas não tívemos a sorte de nos sentar nas que dão para a catedral (se você reservar, peça um tavolo vista Duomo). Paciência!

O cardápio também é divido por regiões (Lombardia, Toscana, Piemonte, Veneto) e os preços dos pratos variam dos 8 a 18 euros. Eu pedi uma salada toscana (panzanella), preparada com pedaços de pão do dia anterior, tomates, pepino e lascas de queijo pecorino (queijo de leite de ovelha). Meus amigos escolheram salada de bacalhau e uma sopa de grãos. Tudo acompanhando por uma taça de vinho branco. Depois terminamos com um tiramissù de sobremesa e café.

Além da venda de vinhos, SignorVino também organiza noites de degustações (em italiano) com preços que variam de 15 euros (só desgustação) à 120 euros (com jantar). A reserva (no site) é obrigatória.

Para mim, o SignorVino já virou um restaurante-coringa no centro da cidade. Uma boa opção para uma refeição ou até mesmo só para uma taça de vinho e um papo entre as compras e as visitas turísticas em Milão.

SignorVino
Praça Duomo – esquina Corso Vittorio Emanuele
Aberto todos os dias das 8:00 às 01:00
 
 

De Santis: o sanduíche milanês

A briga pelo título de melhor sanduíche da cidade é boa porque Milão é considerada a capital histórica do panino (foi aqui que nos anos 80 surgiu o movimento juvenil “paninari”), mas o De Santis faz parte de todas as listas dos melhores publicadas a respeito.

O De Santis do Corso Magenta

Alí, por quase trinta anos, os sanduíches foram criados por um vencedor do prêmio Gambero Rosso que três anos atrás abriu a sua própria sanduicheria a poucos metros de distância do De Santis.

Três bancos do lado de fora, na calçada do Corso Magenta e um interior apertado (do lado direito outros bancos e um balcão e do lado esquerdo a vitrine de ingredientes e o sanduicheiro), mas bem cuidado.

São mais ou menos 200 variedades com  o cardápio dividido segundo o tipo de frio do recheio (presunto, culatello, presunto de praga, pata negra, presunto cru, bresaola, peixe). Depois, uma série de outros ingredientes que vão de patés, caviar,  temperos, alcachofras, pepinos, tomates e até frutas. Tudo servido em um pão crocante e quentinho.

Os preços são bem salgados e alguns sanduíches custam como muitos pratos nos restaurantes (5,50 a 18 euros). Mas se você estiver pelas imediações e quiser fugir da opção demorada de uma refeição em um restaurante, essa é a pedida.

onde comerm em Milão

Existem outros endereços espalhados pela cidade e arredores (como a filial da loja de departamentos La Rinascente), mas as variedades propostas são bem reduzidas.

Passar pelo De Santis do Corso Magenta é passar por um pedaço de história da cidade. Sem exagero!!

De Santis
Corso Magenta, 9
Todos os dias das 12 às 16 e das 19 às 00.30
 
 

O café na Itália

Os italianos são grandes bebedores de café. Assim como nós brasileiros é um tal de vamos tomar um cafezinho pra cá e pra lá. O café aqui se toma em pé nos balcões dos bares a qualquer hora do dia ou ao final de uma refeição nos restaurantes, mas pedir e degustar um café aqui é quase uma ciência.

Para mim o café é a melhor parceria Itália-Brasil: nós um dos maiores produtores de café de grande qualidade e os italianos grandes torrefadores e vendedores dos melhores cafezinhos.

Mas como esse é um assunto que para mim é muito “delicado” (sou uma apreciadora/bebedora incondicional de café e só tomo café expresso e de preferência de uma só marca) vou avisando que o tal do cafezinho aqui não agrada a maioria dos brasileiros.

É difícil tomar um café ruim nos milhares de bares espalhados pelo país, a média é bem alta mas a principal diferença com o cafezinho brasileiro está na torrefação e na quantidade do famoso expresso.

Se você entra em um bar e pede um “caffè normale” vai se deparar com uma xicarazinha cheia até a metade com um café cremoso e uma espuma densa por cima (melhor o café mais tempo a espuma permanece). É o café para ser tomado em um único gole e muitos italianos tomam até sem açucar.

Para os brasileiros fanáticos que não queiram se aventurar na tradição italiana a melhor coisa é pedir um “caffé lungo”. Aí sim a sua xicarazinha vai vir cheia quase até a boca, mas o café é sempre forte e cremoso.

Mas a variações vendidas nos bares são muitas e pedir um café pode ser um pouco mais complicado do que dizer apenas normale ou lungo.

Aqui algumas variedades:
-Caffè: pedido assim é o expresso, o café normale
-Caffè decaffeinato: é o café sem cafeina, descafeinado.
-Caffè ristretto: expresso muito curto, no máximo um dedo da xícara.
-Doppio: duas vezes o expresso (não confundir com o longo).
-Lungo: café expresso com um pouco mais de água.

Café lungo, normale e ristretto

-Caffè macchiato: café com uma um pouquinho de leite (“mancha”). O leite pode ser frio (macchiato freddo) ou quente (macchiato caldo).
-Caffè corretto: café com um pouquinho de grappa ou outra bebida alcoolica.
-Caffè shakerato: ideal no verão, é o café com gelo agitado na coqueteleira.
-Americano: um expresso servido em xícara grande junto com um bulê de água quente para “alongar” ou melhor, americanizar o café.
-Marrochino: café expresso com espuma cremosa de leite e por cima chocolate em pó. E sempre servido em uma xícara de vidro.

E depois ainda tem o cappuccino e o caffé latte, que não são a mesma coisa. Mas isso, já é uma outra história…

Entre em um bar, escolha a sua versão e bom café!!

As variedades