Cidade única no mundo, duas Venezas não existem. Podem compará-la com Amsterdam, podem reproduzi-la em Las Vegas, mas a original é aqui, a nossa.
Consciente disso, eu já me justifico, dizendo que não me rasgo pela cidade. Continuo achando que apesar de ter estado lá umas 5 vezes nesses 13 anos de Itália, eu nunca a explorei com calma, conhecendo sua história (com uma visita guiada, por exemplo). Ou seja, já resolvi que vou dar uma segunda, ou melhor, sexta chance para a Sereníssima.
Mas ao contrário de mim, muita gente ama Veneza, a tem como sonho de consumo de viagem e faz de tudo para dar um pulinho lá, nem que seja em um bate e volta desde Milão ou passando por ela antes de seguir viagem pela Itália.
Veneza fica a 250 km de Milão e você pode chegar lá de carro em 2hs 40min/3hs ou de trem em mais ou menos 2hs 30 min. Para quem vai de carro, existe o “problema” de estacionamentos caríssimos (média 21 euros/dia), ou seja, melhor de trem.
Estação St. Lucia ao fundo e as indicações para os pontos turísticos
Quem opta pelo trem, chega na estação Santa Lucia. Saindo, depois de se deparar com o Canal Grande, é só escolher o itinerário a seguir. Se o tempo é curto e seu objetivo é a Praça San Marco, saindo da estação você encontra duas opções de itinerário sinalizados com plaquinhas. Não tem como errar. A famosa Ponte de Rialto também é sinalizada e você com certeza não vai perde-la.
Mas até você chegar ao seu destino, aproveite para se deliciar pelas ruelas dessa cidade com uma história secular de poder e comércio, subindo e descendo pontes que atravessam pequenos canais e imaginando Casanova que corria entre elas fugindo de maridos traídos e raivosos.
Para quem chega na Praça San Marco, difícil ficar indiferente as dimensões e imponência dos palácios. Além da famosa basílica de arquitetura com influência bizantina e que começou a ser construída em 1063, a praça símbolo da República de Veneza é emoldurada pelo lindo Palácio Ducal e por uma série de outras construções onde funcionavam bibliotecas, procuradorias e que concentravam a vida política, religiosa e civil da cidade.
Controle a fila de entrada da basílica e decida se entrar ou não. Nos meses de alta estação ela é enorme, já no outono inverno é inexistente. A entrada é gratuita e vale a pena nem que seja para apreciar a maravilhosa decoração interna em mosaicos dourados. Impossível não prestar também atenção ao pavimento que está afundando em certas partes.
Praça São Marco fotografada do navio e o Palácio Ducal
É também na praça que fica o mais famoso e mais antigo café italiano: o Florian. Frequentado por Casanova e fundado em 1720, pode ser uma ideia se você não tem problemas de orçamento (café a 6,50 euros) e quer viver Veneza a 100%. Sente-se e esqueça-se do tempo olhando a mais famosa sala de estar do mundo.
Para quem prefere uma opção mais econômica mas com um ótimo custo benefício, deixo a dica do último restaurante onde almocei na cidade, a Osteria Barababao, comida boa e preço mais que honesto para a cidade.
Entre uma batida de perna e outra, tem quem também não quer renunciar a um passeio em gôndola. Eu nunca tive esse sonho, mas acabei fazendo como convidada de uma amigas em novembro. Meia-hora de tour custa por volta de 80 euros e a vantagem é que te leva a canais minúsculos entre as casas, que seriam impossível de conhecer.
Ver Veneza dos canais é uma experiência realmente diferente, mas se seu orçamento é limitado, opte pelo vaporetto na hora de voltar por exemplo da Praça San Marco a estação Santa Lucia. Você faz todo o Canal Grande e o visual é o mesmo.
O famoso e caro passeio de gôndola
A melhor maneira de conhecer Veneza (e outras cidades) é a pé, mas quem tem pouco tempo ou menos disposição, uma boa opção pode ser o bilhete de vaporetto por hora. Um exemplo: 12 horas com viagens ilimitadas custa 18 euros. Um bilhete unitário custa 7,00 euros.
Pode ser a melhor maneira para atravessar os canais e conhecer igrejas como Santa Maria della Salute, uma das maiores expressões do barroco veneziano e que foi construída como pagamento de uma promessa a Nossa Senhora feita por parte dos venezianos para a liberação da cidade da peste que dizimou a população entre 1630 e 1631.
O Museu Peggy Gugenheim
A igreja barroca de Santa Maria dela Salute
Para quem tem mais tempo ou interesses artísticos e culturais, Veneza oferece museus e palácios para visitação como a Coleção Peggy Guggenheim, o Palácio Ducal com o belo “Apartamento del Doge” e onde você atravessa a famosa Ponte dos Suspiros, que leva às prisões, e a Gallerie dell’Academia que hospeda obras de grandes pintores venezianos como Tiziano e Tintoretto.
Quem pretende fazer mais que um bate e volta e explorar a cidade com calma em 2 ou 3 dias, existem as opções de hotéis na Laguna
Uma opção mais barata, que eu já usei (fiquei no hotel Villa Costanza, a 250 mts da estação de trem), é ficar em Mestre que tem uma ligação rápida com a laguna de ônibus ou trem.
A Ponte de Rialto fotografada a noite do vaporetto
Informações:
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Horários da Basílica de San Marco, clique aqui
Café Florian, clique aqui
Horários e tarifas da visita Palazzo Ducale, clique aqui
Coleção Peggy Gugenheim, clique aqui
Osteria Barababao
Cannareggio, 5835-5838
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Fotos: Milão nas mãos