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That’s Vapore: comida só no vapor

O nome já diz tudo. That’s Vapore é a nova proposta de restaurante em Milão de comida cozida só no vapor (com excessão das saladas, sopas e doces). O ambiente é tranquilo com decoração simples e legal e conta com um balcão atrás de um vidro de onde se vê a rua e o interior do restaurante, composto também de um mezzanino.

O idéia do vapor é simples, mas fantástica e saudável: pratos (já preparados) servidos em graciosas cestinhas de papelão que você escolhe antes de sentar e que são colocados dentro de máquinas de vapor que cozinham mais ou menos tudo em 5 minutos. Tudo feito sem óleo, que você só acrescenta, se quiser, depois.

Enquanto a gente espera, a coisa mais divertida é ficar lendo as frases escritas em giz pelo restaurante que falam de vapores e afins.

O menu é composto de cestinhas de massas, carnes, peixes e vegetarianas e os preços  variam de 8,50 a 13,50 euros. Sem falar nos doces para a sobremesa e as opções de sucos e vitaminas. Na parte da manhã o restaurante também serve o café-da-manhã.

O meu couscous marroquino de frango

Eu passei na hora do almoço e escolhi cous cous marroquino com frango. Cinco minutos e uma cestinha com uma comida quentinha e verduras crocantes. Prato leve e gostoso.

That’s Vapore fica pertíssimo do centro (nas ruas atrás do Duomo) sem estar no caos das imediações da praça e o meu conselho em Milão é sempre se arriscar além do perímetro do centrão, principalmente quando se trata de restaurantes.

That’s Vapore
Corso di Porta Vittoria, 5
Aberto todos os dias das 7h30 às 24h
Domingos e segundas até as 16h
 
 

La Rinascente: a loja de departamentos em Milão

New York tem a Sak’s e a Bloomingdale’s, Paris tem a Galeries Lafayette, Londres tem a Harrod’s e nós em Milão temos La Rinascente.

A loja de departamentos italiana por excelência, a Rinascente nasceu em Milão no século 19 com o nome de Magazine Bocconi e propunha um tipo de atividade completamente inovativa para a época: a primeira loja de roupas já confeccionadas da Itália. Em um mundo onde existiam só roupas feitas sob medidas por costureiras, era algo revolucionário.

Em 1915 a loja foi completamente destruída por um incêndio e foi o escritor italiano D’Annunzio ao vê-la renascer da cinzas que a rebatizou: La Rinascente.

Dos anos 20 até e Segunda Guerra Mundial, a Rinascente foi ponto de referência para a moda em Milão. Bombardeada durante a guerra, foi reconstruída como a conheçemos hoje. Há mais ou menos cinco anos atrás, passou por uma radical transformação e apostou tudo nas grandes marcas: Dolce & Gabbana, Armani Collezione, Burberry, Gucci, Kenzo, Just Cavalli e outras marcas estão presentes nos seis andares que hospedam as várias categorias: casa, moda feminina, masculina, infantil, bolsas, perfumes e maquiagem, cama, mesa e banho.

Muito frequentada pelos turistas que visitam a cuidade, principalmente russos, japoneses e chineses, a loja é também frequentada pelos milaneses que não quer rodar as ruas da moda entrando de loja em loja para fazer compras. No período de Natal e durante as famosas liquidações, a multidão é tão grande que os seguranças coordenam o fluxo nas escadas rolantes.

Mesmo que você não tenha intenção de esvaziar sua conta corrente por lá, a minha dica é não deixar de visitar o sub-solo, onde fica o design market store e o sétimo andar, onde o famoso bistrot idealizado no pós guerra, deu lugar a um open space que reúne o food market (com uma variedade de produtos gastronômicos de alta qualidade) e restaurantes que vão do sushi, ao mozzarella bar, hamburgers (de carne de bisão), sanduíches e afins. Alguns deles (o Obiká e o Mayo) têm terraços com vista para os pináculos laterais do Duomo.

SignorVino: comer com vista para o Duomo

Para mim, que não sou turista por aqui, ou talvez próprio por essa razão, encontrar um restaurante no centro de Milão para almoçar (sim, centro, centro, tipo praça Duomo e arredores não distantes) é sempre um problema.

Claro, quando a pressa é grande e a vontade de pensar e andar é pouca, vou sempre de panzerotto do Luini (leia post), mas as vezes a vontade é de entrar em algum lugar, sentar e comer descentemente, sem gastar as fortunas que custam alguns restaurantes da Galeria Vittorio Emanuele, que são lugares históricos, mas por isso mesmo cheio de turistas.

A minha dica em Milão é sempre evitar aqueles restaurantes ao longo da Via Vittorio Emanuele, que colocam fotos de pratos do lado de fora e servem lasanha congelada por preços absurdos. São o que eu chamo de armadilhas para turistas.

Uma boa opção para comer no centro, bem atrás do Duomo, já que o restaurante fica atrás da abside da catedral (a parte mais linda da construção), é o SignorVino.

É um restaurante-winebar, onde você também pode comprar bons vinhos italianos a partir de 10 euros, que ficam expostos divididos pelas regiões italianas.

O lugar é bem agradável, bem iluminado pelas grandes janelas e a comida é boa e barata para os padrões milaneses e você almoça ou janta rodeado de gente da cidade.

Última vez que estive lá, estávamos em três, eram 13.30 e não tínhamos reservado (aconselho fazer). Tívemos que esperar um pouco por uma mesa (10 minutos) mas não tívemos a sorte de nos sentar nas que dão para a catedral (se você reservar, peça um tavolo vista Duomo). Paciência!

O cardápio também é divido por regiões (Lombardia, Toscana, Piemonte, Veneto) e os preços dos pratos variam dos 8 a 18 euros. Eu pedi uma salada toscana (panzanella), preparada com pedaços de pão do dia anterior, tomates, pepino e lascas de queijo pecorino (queijo de leite de ovelha). Meus amigos escolheram salada de bacalhau e uma sopa de grãos. Tudo acompanhando por uma taça de vinho branco. Depois terminamos com um tiramissù de sobremesa e café.

Além da venda de vinhos, SignorVino também organiza noites de degustações (em italiano) com preços que variam de 15 euros (só desgustação) à 120 euros (com jantar). A reserva (no site) é obrigatória.

Para mim, o SignorVino já virou um restaurante-coringa no centro da cidade. Uma boa opção para uma refeição ou até mesmo só para uma taça de vinho e um papo entre as compras e as visitas turísticas em Milão.

SignorVino
Praça Duomo – esquina Corso Vittorio Emanuele
Aberto todos os dias das 8:00 às 01:00
 
 

O Duomo de Milão

A Galeria Vittorio Emanuele

Depois da Praça Duomo e a sua catedral, no imaginário dos turistas é impossível pensar em Milão e na sua praça e não pensar na Galeria Vittorio Emanuele. A maioria de nós, que mora na cidade, a atravessamos na correria do dia-a-dia olhando direto para o outro lado, em direção a Praça Scala. Uma pena, já que é um deleite se perder olhando para cima, onde a Galeria mostra todo o seu esplendor, principalmente chegando ao centro do magnifico edifício em forma de cruz com a sua belíssima cúpula em ferro e vidro que cobre a parte octogonal.

Chamada pelos milaneses de antigamente e de hoje de “O Salão de Milão”, ela foi pensada para ser um corredor chic e coberto que unisse as duas praças. Por alí, no início do século XX os burgueses da cidade desfilavam, conversavam e jantavam antes dos espetáculos do Teatro alla Scala.

Galeria Vittorio Emanuele (entrada praça Duomo)

Construída entre 1865 e 1877 com teto de ferro e vidro, como as novas construções arquitetônicas na Europa naquela época (como o Crystal Palace em Londres), o edifício hospeda ainda hoje cafés e restaurantes históricos de Milão como o Biffi, Il Camparino e o luxuoso Savini, lojas de moda como Prada, Louis Vuitton, Tod´s e até pouco tempo atrás o famoso fast food americano. Todos os estabelecimentos devem ter seus nomes do lado de fora escrito em dourado com fundo preto. Nem o fast food e seu logo inconfundível escaparam dessa regra.

Em agosto de 1943 durante a Segunda Guerra Mundial a Galeria não foi poupada dos bombardeios ingleses e foi quase que completamente destruída junto com outros edifícios da cidade. A reconstrução dos anos seguintes trouxe de volta todo o seu esplendor.

Quando estiver em Milão a dica é atraversá-la sem pressa, prestando atenção em cada detalhe e olhando também para cima e não se esqueça de passar pelo touro a mosaico no chão (à esquerda do octagono indo em direção da Praça Scala) e com o calcanhar do pé direito nos testiculos do animal dar 3 voltas inteiras. Dizem que dá sorte. É pura superstição, mas todo mundo faz.

Para uma visão de cima do octágono, suba até a Pasticceria Marchesi (em cima da Prada Uomo) para tomar um cafezinho (mesmo em pé) e xeretar essa beleza lá de cima.