Talvez nunca na história da gastronomia, os prêmios e listas de melhores restaurante e chefs estejam tão na ordem do dia.
Dias atrás, saiu a lista dos 50 melhores restaurantes do mundo da Restaurant Magazine, onde o Brasil conta com 2 presenças e países como Tailândia, Hong Kong, Dinamarca (onde fica o número 1) e Peru, estão lado a lado com países de grande tradição gastronômica como França, Itália e Espanha.
Mas talvez a lista e classificação mais conhecida no mundo pelos mais ou menos leigos no assunto, é a famosa Michelin, que confere de 1 a 3 estrelas a restaurantes em todo o mundo.
Sim, Michelin é aquela do pneu, do bonequinho branco e “gordinho”. Mas o que tem a ver uma marca de pneus com a classificação qualitativa de restaurantes pelo mundo?
Em 1900, na França, circulavam pouco mais de 3.000 automóveis, mas os irmãos Michelin acreditavam no futuro do produto e criaram um guia com elenco de postos de gasolina, mecânicos, hotéis, distribuído gratuitamente, para facilitar os viajantes. Venti anos depois, os irmãos decidem de incluir também uma lista de restaurantes, classificados assim:
* estrela: ótima cozinha
** estrelas: vale o desvio
*** estrelas: vale a viagem
O resto é história. O guia ao longo dos anos continuou a sua evolução e adaptação ao mundo moderno. Em 1997, por exemplo, cria a categoria Bib Gourmand, de restaurantes que oferecem uma ótimo custo-benefício.
Para quem viaja atrás também de experiências gastronômicas, a Itália é um prato cheio (sem querer fazer trocadilhos bobos): são ao todo 356 restaurantes estrelados.
Tive algumas experiências em restaurantes estrelados em Milão e arredores durante esses anos, alguns perderam suas estrelas por mudança de chefe, como o caso do Unico, do qual falei nesse post e também do restaurante Al Pont de Ferr, que você pode ler nesse post. O último foi o Alice – Eataly Milano (*), sobre o qual falei nesse post e o restaurante Da Vittorio (***) que fica na província de Bergamo.
Quem passa por Milão e pela Lombadia e quer incluir uma experiência gastronômica estrelada no roteiro, pode escolher entre 19 restaurantes em Milão, que propõe desde uma cozinha mais tradicional, até a molecular, passando pela gastronomia japonesa.
Em muitos deles, é possível saborerar o menu do almoço, geralmente com preços mais contidos (por volta de 40 euros) do que as propostas para o jantar (90-100 euros por cabeça, sem os vinhos). A grande maioria também propõe menus desgustações por 100-120 euros.
Para quem prefere um tour pela Lombardia, as opções são muitas, já que a região conta com outros restaurantes estrelados Michelin em cidades como Bergamo, Como, Bellagio, Mantova, Vigenavo e Sirmione e Desenzano no Lago de Garda.
Se você é ligado em uma estrelinha, aproveite. Mas aqui elas não são o único sinônimo de qualidade gastronomica. Tem quem se rebele contra o guia francês, como o pai dos chefs italianos Gualtiero Marchesi, que em 2008 restituiu suas estrelas e que não se conforma como os italianos possam “entregar” o sucesso dos restaurantes italianos a um guia francês.
Em tempo, Marchesi tem um bistrot em Milão ao lado do Teatro alla Scala, Il Marchesino. A Itália conta também com a classificação de um outro grande guia, o Gambero Rosso.
Com estrela ou sem estrela: Buon appetito!!
OBS: Post atualizado em novembro 2017