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A Galeria Vittorio Emanuele

Depois da Praça Duomo e a sua catedral, no imaginário dos turistas é impossível pensar em Milão e na sua praça e não pensar na Galeria Vittorio Emanuele. A maioria de nós, que mora na cidade, a atravessamos na correria do dia-a-dia olhando direto para o outro lado, em direção a Praça Scala. Uma pena, já que é um deleite se perder olhando para cima, onde a Galeria mostra todo o seu esplendor, principalmente chegando ao centro do magnifico edifício em forma de cruz com a sua belíssima cúpula em ferro e vidro que cobre a parte octogonal.

Chamada pelos milaneses de antigamente e de hoje de “O Salão de Milão”, ela foi pensada para ser um corredor chic e coberto que unisse as duas praças. Por alí, no início do século XX os burgueses da cidade desfilavam, conversavam e jantavam antes dos espetáculos do Teatro alla Scala.

Galeria Vittorio Emanuele (entrada praça Duomo)

Construída entre 1865 e 1877 com teto de ferro e vidro, como as novas construções arquitetônicas na Europa naquela época (como o Crystal Palace em Londres), o edifício hospeda ainda hoje cafés e restaurantes históricos de Milão como o Biffi, Il Camparino e o luxuoso Savini, lojas de moda como Prada, Louis Vuitton, Tod´s e até pouco tempo atrás o famoso fast food americano. Todos os estabelecimentos devem ter seus nomes do lado de fora escrito em dourado com fundo preto. Nem o fast food e seu logo inconfundível escaparam dessa regra.

Em agosto de 1943 durante a Segunda Guerra Mundial a Galeria não foi poupada dos bombardeios ingleses e foi quase que completamente destruída junto com outros edifícios da cidade. A reconstrução dos anos seguintes trouxe de volta todo o seu esplendor.

Quando estiver em Milão a dica é atraversá-la sem pressa, prestando atenção em cada detalhe e olhando também para cima e não se esqueça de passar pelo touro a mosaico no chão (à esquerda do octagono indo em direção da Praça Scala) e com o calcanhar do pé direito nos testiculos do animal dar 3 voltas inteiras. Dizem que dá sorte. É pura superstição, mas todo mundo faz.

Para uma visão de cima do octágono, suba até a Pasticceria Marchesi (em cima da Prada Uomo) para tomar um cafezinho (mesmo em pé) e xeretar essa beleza lá de cima.

 

Gallerie d’Italia-Piazza Scala

Em uma manhã de domingo de junho tive o prazer de seguir a iniciativa anual dos Cortili Aperti (Pátios Abertos) organizada pela Associoazione Dimore Storiche Italiane que acontece só durante um dia no ano.
Esse ano foram 14 pátios concentrados no centro da cidade e entre eles o recém aberto Gallerie d’Italia – Piazza Scala. Um museu encravado entre as ruas da moda.

museus milao
Nesse magnífico espaço da Milão neoclássica muito bem conservado, a iniciativa privada (bancos) colocou a disposição uma rica coleção de arte e realizou um espaço expositivo de seções temáticas que reúne obras lombardas de grande significado histórico do século 19 e 20.
As coleções são divididas entre século 19 a chamada “Da Canova a Boccioni” e reúne quase 200 obras divididas em 13 seções distribuídas em 23 salas  do Palazzo Anguissola e o Canteiro 900, que reúne as obras do século 20 no magnífico Palazzo Brentani, antigamente sede do Banca Commerciale Italiana. Só os palácios, já valeriam a visita.

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A entrada é em Piazza Scala e a visita começa, estranhamente, de trás para frente, já que alí fica toda a coleção do século 20. Obras de Lucio Fontana, Piero Manzoni e outros grandes artistas italianos do século passado, enchem as salas. Atravessando um pequeno corredor, superando a cafeteria e chegando no espaço que liga os dois palácios, não deixe de admirar no pátio interno uma das esculturas disco de Arnaldo Pomodoro. No Palazzo Anguissola a visita começa com os belíssimos gessos em relevo de Antonio Canova (são 13 ao todo), passando depois  pelas pinturas de Hayez e por quadros que retratam a paisagem de Milão e do territorio lombardo. A exposição se conclui com as obras do início do século 20 do futurista Umberto Boccioni.

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A Gallerie d’Itália se tornou, nesse pouco tempo desde a sua abertura, uma referência e uma bela realidade cultural para a cidade. Eu aconselho todos que passam pela cidade a dar uma entrada e apreciar um pouco de arte e beleza arquitetônica.

O museu possui também uma livraria e um agradável café-restaurante com uma entrada independente, na esquina da praça. Entre uma comprinha e outra, fica ai a dica.

Galleria d’Italia – Piazza Scala
Piazza Scala, 6
De terça a domingo das 9.30 às 19.30
Quinta até às 22.30
Ingresso: 5 euros (inteiro) – 3 euros (meia)
Durante as mostras especiais: 10 euros (inteiro) – 8 euros (meia)
 

Peter Lindbergh em mostra

Kate Moss, Tatjiana Patitz, Linda Evangelista, Kate Winslet, Milla Jovovich são algumas das belezas imortalizadas pelas lentes do grande fotográfo de moda Peter Lindbergh e expostas na Galeria Carla Sozzani até o dia 4 de novembro.

A mostra se divide em 2 partes: Known – Images of Women, é uma seleção de 40 imagens gigantes provenientes dos numerosos editoriais realizados nesses anos para Vogue, Interview, Harper’s Bazaar, Marie Claire. Por sua vez, Unknow é um projeto pessoal do fotográfo exposto em 2011 em Pequim e inspirado em Invasion, seu último trabalho para o cinema que mergulha no imaginário cinematográfico. A principal protagonista da foto-história é a atriz e modelo Milla Jovovich.

Galeria Carla Sozzani
Corso Como, 10
Segundas: 15.30 – 19.30
Terças à sábados: 10.30-23.00
Domingos: 10.30 – 19.30
Até 4 de novembro – Grátis