A fórmula de negócios dos empórios gastronômicos Eataly, é uma fórmula vencedora: o empresário piemontês Oscar Farinetti leva e vende o melhor dos produtos italianos no mundo. É sucesso em cidades como New York, Chicago, Tokio, Dubai e parece que logo, em São Paulo.
Acho que podemos dizer que é sucesso também aqui, já que a marca está presente com grande lojas em Roma, Genova, Bari, Florença e Turim.
Digo acho, porque tenho a impressão que muitos brasileiros, sabem mais o que é Eataly do que alguns dos meus amigos italianos aqui. Ainda que a fórmula seja vencedora pelo mundo afora, aqui a Eataly vende o que podemos comprar em muitos supermercados ou pequenas lojas gourmet pela cidade: uma géleia de cebolas vermelhas para comer o queijo, um pesto de cime di rappa, um bom vinho por 7,50 euros e por aí vai.
Milão já tinha uma pequena unidade da loja, no subsolo da loja de departamentos Coin e que apresentamos aqui no blog nesse post, mas há um mês, a cidade ganhou finalmente a sua nova loja, toda reformada e, que como as outras pelo mundo, mistura a venda de produtos com a proposta de restaurantes/box que servem comida por especialidades.
Passei em frente no dia da inauguração e era impossível entrar. Deixei passar um mês para ir lá conferir a nova loja, que fica em um espaço significativo de Milão, já que ocupa o interior do antigo e famoso Teatro Smeraldo de Milão, sede por anos de temporadas movimentadas da cena teatral e musical da cidade.
Era uma segunda-feira, hora de almoço e talvez fosse ainda o efeito novidade ou porque era véspera do Salão do Móvel, mas me pareceu que a unidade milanesa já nasceu pequena.
Anunciada como 3 andares, a coisa não é bem assim, já que tirando o térreo, os outros andares são na verdade mezzaninos, o que reduz bem o espaço para as mesinhas dos restaurantes. De resto, o efeito é bem bonito, já que é bem iluminada e “coroada” com um palco onde todas as noites se apresentam músicos e artistas para animar a experiência.
Repetindo a estrutura das outras lojas pelo mundo, estão lá a livraria, os utensílios domésticos, a feira de fruta e verdura (só produtos italianos, não espere encontrar frutas exóticas e tropicais), o acougue, a rottisserie, as prateleiras com todo tipo de produtos italianos, tudo emoldurado pelos restaurantes de massa e pizzas, peixe, carnes, frituras, pão, queijos e frios e por aí vai. Não faltam também as propostas de sorvetes, chocolates e doces, piadinas e os cafés.
Para completar, o restaurante “estrelado” Alice, no segundo andar, comandado pela chef Viviana Varese e que tem capacidade para 50 pessoas e a possibilidade do Social Table, uma mesa “comunitária” para 12 pessoas que fica em frente a cozinha, que é de vidro.
Depois de dar uma volta de reconhecimento, estava na hora de almoçar. Eu estava com vontade de carne, mas tinha pouco tempo e a espera era longa (tinha fila) e tive que “remendar” com um prato de raviolli no restaurante de massas no térreo. Como estava sozinha, comi no balcão, que era um tantinho espremido. Os balcões dos outros boxes, nos mezzaninos, me pareceram mais espaçosos.
A qualidade da comida é média para os preços cobrados (prefiro a carne que comi no Eataly Turim). Sinceramente acho que se come melhor na cidade pelo mesmo preço (12,50 euros pelo prato e uma água natural). Mas o que conta alí é também o contexto.
Com certeza é um lugar para conferir quando você passar por Milão e aproveitar para abastecer sua dispensa de iguarias Made in Italy. Para os aprendizes de cozinheiros, a Eataly Milão também promove cursos e workhops, que você pode conferir no calendário.
Eu vou deixar a poeira baixar e conferir o movimento daqui há alguns meses.
Eataly Milano Esmeraldo (site)
Piazza XV Aprile, 10
Aberto todos os dias, das 10 às 24h (restaurantes das 12h às 15h e das 19h às 23h)