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Milão é uma grande Milão: 20 razões para amá-la

Noite em Milão: 5 dicas de baladas

Cidade da moda e dos jogadores de futebol, a noite em Milão é sempre em borbulho com os clubs da cidade cheios de famosos, aspirantes a tal, locais e turistas atrás de diversão, gastronomia e boa música.

Um pouco longe dessa vida noturna nesses últimos anos, convidei a paulista Luisa Ziravello para escrever um guest post para o blog, já que ela trabalha como divulgadora de algumas baladas milaneses e administra o grupo no Facebook Lista Gomes Milan Nightlife, onde você pode deixar seu nome para algumas listas e ter descontos nas entradas.

 Não dá para não aproveitar!!  Aqui ficam as dicas de 5 baladas na noite de Milão que você não pode perder. Clique nos links para informações de horários e preços.

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Na primavera o que esquenta mesmo é a noite de Milão. São realmente inúmeras opções para se divertir depois do por do sol. Cinco delas são imperdíveis, cada uma com o seu estilo particular e diferente e você vai poder escolher aquela que nunca mais esquecerá. Vamos conferir juntos:

JUST CAVALLI

Just Cavalli não é só uma balada, mas um ponto de referencia em Milão para eventos de elite, festas, aperitivos e um refinado jantar. Essa é a famosa balada de Roberto Cavalli, aquele mesmo…um dos badalados estilistas italianos. Informações aqui

Noite em Milao

THE CLUB

Esta é na medida certa para quem curte fazer um aperitivo e continuar a noite em uma balada,  quem sabe até de graça. É a que vai até mais tarde (ou se você preferir, mais cedo) na cidade e o cardápio musical varia toda noite. Para um publico de todas as idades,  The Club garante diversão para todos.  Informações aqui

HOLLYWOOD

Uma vez que estamos na capital mundial da moda, por que não entrar de corpo e alma no espírito da coisa? É ali que acontecem as melhores festas dos famosos. Como você sabe, fama não tem idade. Dos 18 aos 40 anos você vai se sentir em casa.  Informações aqui

ELEVEN

Por ficar em umas das ruas mais famosas e badaladas de Milão, Corso Como, a Eleven se da ao direito de ter o melhor preço em comparação as outras sem perder em qualidade. Festas, eventos, e aperitivos começam a esquentar a partir das 19h30 com um publico jovem e atento as noites mais divertidas de Milão. Informações aqui

OLD FASHION

Qualquer dia da semana é dia de Old Fashion. Seja para curtir uma balada, como para uma noite tranquila de aperitivo com os amigos. Uma balada localizada no coração de Milão que atende diversos tipos de público. No parque aonde ela fica, Parque Sempione, não tem mal tempo. Quando faz calor a balada é a céu aberto. Na chuva ou no frio, você pode contar com a super proteção do espaço fechado. Informações aqui

dicas noite em Milao

QUEM É A LUISA

Sou meio brasileira, meio italiana e venho de São Paulo. Moro em Milão há 3 anos e sou completamente apaixonada por arte, viajar e conhecer o mundo. É durante as minhas viagens que eu alcanço o nível mais alto da minha criatividade. Sempre encontrei muita vida noturna em Milão e nesses 3 anos, fazendo o curso de Comunicação Publicitaria no IED, acabei aprendendo a ver a cidade de Milão não mais com os olhos de uma turista. É por isso que consigo indicar para brasileiros e outros estrangeiros os melhores lugares para se divertir com um preço muito mais acessível. Acesse o grupo Lista Gomes no Facebook .

Fotos: Divulgação

Milão e suas portas

Quem visita Milão e olha um mapa da cidade ou caminha por ela se dá conta que algumas ruas tem o nome de Porta (alguma coisa) e quando pega tal rua, encontra a tal da porta.

Assim como outras cidades italianas cercada por muralhas, Milão sempre teve as suas portas, desde a época romana. As portas das muralhas romanas eram de madeira e senhor bárbaro Federico Barbarossa, acabou também com elas na sua devastadora entrada na cidade em 1162.

Em época medieval, as muralhas foram refeitas e Milão ganhou as suas 6 portas, que eram as entradas da cidade e dividia a cidade em 6 “bairros”: Porta Oriental, Porta Romana, Porta Comasina, Porta Vercellina, Porta Ticinese e Porta Nuova.

Em época espanhola, a cidade se alargou e algumas portas medievais foram abatidas (sobraram só as minhas preferidas: Porta Nuova e Porta Ticinese) e refeitas no “anel” mais externo da cidade.

Em período Napoleônico, o famoso nanico francês as achava pouco monumentais e gastando um pouco de dinheiro do povo, refez quase todas as portas espanholas, salvando só Porta Romana.

Além de serem a entrada para a cidade, eram nas portas que impostos de entradas de produtos eram pagos.

Mas quais são e como são as portas de Milão, atualmente?

Porta Nuova (medieval)

É uma das portas medievais (reformada nos séculos 19 e 20) e era uma das maiores naquela época, colocada ao longo do curso dos canais (que passava onde hoje é Via Senato e Fatebenefratelli).

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É a porta que fica em Via Manzoni, uma das que formam o famoso Quadrilátero da Moda.

Porta Nuova (Napoleônica)

Situada em Piazza Principessa Clotilde, era colocada ente as muralhas espanholas. A porta que se encontra hoje no local é de época Napoleônica (1813).

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Porta Ticinese (medieval)

Outra sobrevivente de época medieval, também ficava ao longo do canal (hoje Via Mulino delle Armi). É a porta que se vê Corso de Porta Ticinese e passando em frente das Colunas de San Lorenzo. O nome se refere ao rio Ticino, direção para a onde a porta levava.

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Porta Ticinese (Napoleônica)

Refeita no século 19, é a versão mais moderna e monumental da porta colocada nas muralhas espanholas. Fica em Piazza XXIV Maggio, ao lado da Darsena, um pouco antes de começar os canais.

Foto: Giovanni dall'Orto (wikicommons)

Foto: Giovanni dall’Orto (wikicommons)

Porta Vercellina (depois Porta Magenta)

A única que não sobreviveu às mudanças da cidade, no seu lugar hoje existe um grande cruzamento (Piazzale Baracca).

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Porta Venezia (já Porta Orientale)

Reformada em época napoleônica, não é bem uma porta, mas a entrada no corso (avenida) mais monumental da cidade, Corso Venezia, que no século 18 foi o lugar “in” para os nobres construírem seus palácios, já que a família imperial austríaca, governantes da cidade, entravam em Milão vindos daquela direção.

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Porta Romana

A principal porta da cidade em época romana, indicava a saída e a entrada para Roma. Hoje, a porta refeita em época espanhola, fica no meio de uma espécie de rotatória e não longe dos restos das muralhas espanholas de Milão.

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Porta Garibaldi (já Porta Comasina)

O antigo nome indicava a direção de Como e, ainda hoje, o nome da pequena rua que começa depois dela  é Corso Como (vindo do centro).

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Também refeita em época napoleônica, depois da união da Itália, foi batizada de Porta Garibaldi, em homenagem ao famoso personagem da história italiana.

PS:. Milão tem ainda a Porta Volta, mas que foi construída já em 1880 no eixo que levava ao Cimitero Maggiore e também Porta Vittoria, que nunca foi uma porta principal e sim secundária e não marcava um dos bairros (sestieri) milaneses.

Milão, cultura e criatividade

Milão borbulha. Vai ver é o efeito Expo2015 ou senão só a sua vocação de cidade de criativos e que fomenta o que de novo vai acontecer no resto do país. Não é a toa que foi escolhida pelo jornal americano New York Times como um dos destinos de viagem para 2015 e é mais uma vez candidata a destino europeu 2015.

E apesar dos pesares: crise econômica, política e por aí vai, a cidade se prepara para receber nos próximos meses três grandes realizações em âmbito cultural -criativo,  duas delas na pouco conhecida (pelos turistas) Zona Tortona, que para mim vai ser um dos próximos bairros ” boom” da cidade.

Museo delle Culture

Projeto que da sua aprovação à conclusão levou 15 anos, será o espaço dedicado a hospedar a coleção de arte extra europeia que hoje fica exposta no Castelo Sforzesco.

O enorme espaço fica na ex área Ansaldo, importante polo industrial milanês que até os anos 70 abrigava as grandes fábricas de locomotivas e vagões ferroviários. Projetado pelo famoso arquiteto inglês David Chipperfield (museu Neues em Berlim) o espaço também será dedicado a mostras temporárias, laboratórios didáticos e vai contar com uma biblioteca, café e book shop.

museus milão cultura arte

Agora é só esperar para curtir o novo museu e uma das áreas (Tortona) mais estimulantes da cidade.

Armani Silos

Não muito longe do Museo delle Culture, em um grande espaço minimalista projetado pelo japonês Tadao Ando onde anos atrás ficava uma fábrica da Nestlè, rei Giorgio (Armani) vai abrir para o público Silos, grande espaço dedicado ao museu arquivo da famosa marca, mas também contentor de ideias que vai hospedar mostras temporárias em colaboração com a prefeitura e um arquivo fotográfico.

Moda Arte Milão

Armani Silos (o nome vem de silo, que dá a ideia de armazenamento) hoje já é palco de todos os desfiles da marca.

Fundação Prada

Em uma outra parte da cidade (Porta Romana), a Fundação Prada inaugura dia 9 de Maio, um espaço de 19 mil metros quadrados que será a sede da ‘Cittadella dell’Arte’, espaço expositivo que vai concentrar moda, arte, cinema e didática infantil.

A enorme construção mistura edifícios novos com a estrutura de uma antiga destilaria do início do século 20 e (se diz) terá um bar idealizado pelo diretor Wes Anderson. Leia o post sobre a Fundação Prada aqui.

Milao Arte Moda

E quem passar por Milão, verá!!

 

Os bairros de Milão: a história de Brera

Brera é um dos bairros mais conhecidos da Milão atual. Mas a onda de turistas, estudantes de arte e locais que todos os dias atravessam as suas charmosas ruas e frequentam seus restaurantes, lojas e museus, nem sempre conhecem a origem e a história recente do lugar.

O nome Brera vem de braida, que quer dizer terreno não cultivado, fora da cidade. Ou seja, é difícil imaginar Brera fora dos muros medievais com um jeitão rústico, mas era assim.

Com uma isolada igreja no século 13, transformada no século 16 em convento jesuíta, a vida em Brera corria tranquila. No século 18 os anti-clericais austríacos chegam, mandam embora todos os frades e transformam a bela construção em Academia de Belas Artes, que logo vira reduto de artistas e letrados (com a abertura também da biblioteca).

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Inevitável com a gravitação de artistas por ali, que a pegada boêmia começasse a se espalhar. E a equação é simples: boemia + homens = bordéis.

Isso mesmo, as graciosas ruas de Brera, especialmente Via Fiori Chiari, hospedaram até os não tão distantes anos 50, os mais respeitados bordéis milaneses. Sim porque muitos não sabem, mas a prostituição era legalizada na Itália até 1958, quando a Lei Merlin (que leva o nome da senadora que a propôs) fechou as casas de tolerância com a intenção de cessar  a exploração feminina organizada.

bairro Brera Milão

Algumas das regras impostas ao exercício da mais antigas das profissões, já tinham sido fixadas durante o regime de Napoleão e obrigava as senhoritas a consultas ginecológicas periódicas. Mais tarde, outras foram acrescentadas, como a rotação entre várias cidades (viagem paga pelas prostitutas) para evitar a criação de laços afetivos com os clientes mais assíduos.

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Nas casas mais luxuosas, as meninas tinham até book e o desenrolar do trabalho era ainda permeado de regras férreas: o cliente escolhia a prostituta, o tipo de “serviço”, pagava a marqueta (uma ficha) e subia para um dos quartos. Ao terminar, dava a ficha para a moça, que no final do dia, passava no caixa e recolhia a sua porcentagem em base as fichas apresentadas.

Todos os quartos tinham bidê e as mocinhas eram obrigadas a fazer um banho de assento ao término da prestação.

Além do vai e vem dos homens que frequentavam os bordéis, o bairro era também invadido pela presença masculinas de centenas de garis, já que um dos depósitos-dormitórios dos varredores da cidade, ficava na (hoje, lindinha) Via Madonnina. Certo, com seus salários não podiam se dar ao luxo de horas de prazer com as mocinhas e talvez se acontentassem só de espiar uma ou outra de seios de fora nas sacadas dos prédios.

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Esse mix de rotinas e vidas, fazia do bairro um dos mais populares (no sentido econômico) de Milão e foi assim até os anos 60. “Esquecido” por 3 décadas, nos anos 90 o boom imobiliário e a expeculação o fizeram um dos metros quadrados mais caros da cidade.

A próxima vez que você entrar em uma loja em Brera, lembre-se que se os muros falassem, poderiam te contar históricas picantes.

Leia mais sobre Brera no blog:

Pinacoteca de Brera

Restaurante Pisacco

Restaurante Bom e Barato

Hotéis em Brera