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É primavera em Milão

Barcelona, Milão, Porto. O que essas cidades tem em comum?

Esse post faz parte da Blogagem Coletiva Barcelona- Milão-Porto, que todas as quinta de Abril vai mostrar um pouco das coisas em comum dessas 3 grandes cidades europeias, pontos de referências em seus países, com a participação de Cristina Rosa do blog  Sol de Barcelona e Rita Branco do blog O Porto Encanta.

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Me lembro que há uns 25 anos atrás, uma grande amiga da minha família fez a sua primeira viagem a Europa e voltou ao Brasil nos contando que em Vienna, as pessoas se colocavam embaixo do primeiro raio de sol nas praças e parques na hora do almoço, muitas vezes ficando até sem blusa. Óbvio que todos nós achamos engraçado e exagerado.

Uma pessoa que passa a vida em um país tropical como o Brasil, sem estações muito definidas, não pode imaginar o efeito do sol e os prazeres por ele proporcionado depois de meses de inverno e frio. E olha que eu estou escrevendo da Itália, que não é o país mais frio por aqui.

primavera

Difícil explicar para quem nunca morou por aqui, mas a vida na primavera (e verão), muda. Não que ela pare no inverno, mas roupas, programas e muitas vezes o humor, tomam formas diferentes.

Taí o efeito da nova estação, do sol, que não faz desabrochar só as flores e árvores, mas também coloca mesinhas e cadeiras nas calçadas em frente aos bares e restaurantes, torna tudo mais leve, muda o teu estado de espírito, fazendo desabrochar a alma.

primavera_milao

Por aqui vamos continuar a frequentar mostras e exposições, como as programadas na cidade para os próximos meses, mas vamos começar também a fazer programas outdoor, como pedaladas pela cidade e a demorar em almoços e happy-hours ao ar livre em Brera ou a beira dos canais da cidade. É também a melhor estação para apreciar a minha adorada magnólia no claustro da igreja de Santa Maria delle Grazie, que hospeda a famosa Santa Ceia no seu refeitório.

O claustro da igreja de Santa Maria dele Grazie

O claustro da igreja de Santa Maria delle Grazie

Pelas ruas, as primeiras flores começam a aparecer nos vasos das varandas das casas, mudando também as cores de uma cidade considerada cinza.

Que você goste do calor ou não, tem que concordar comigo: tudo é mais fácil e mais bonito com sol, inclusive Milão.

E agora que apenas começamos o horário de verão, a alegria dura até mais tarde.

Benvenuta Primavera! !

Para saber como vai a Primavera em Barcelona e no Porto clique nos links.

Sol de Barcelona

O Porto Encanta

Fotos: Milão nas mãos

‘Lifting’ em Milão

Agora é oficial: Milão está parada para revisão ou partiu um barba, cabelo e bigode. Não, Milão é uma senhora, então melhor dizer que está fazendo um lifting.

Já faz meses que por aqui vemos monumentos, fachadas e “pedaços” da cidade cobertos por andaimes ou rodeados de grandes canteiros de obras. Depois das restaurações gigantesca dentro e fora do Duomo, muitas feitas in loco, e do Palazzo della Ragione em pleno centro,  é o “salotto di Milano”, a nossa Galeria Vittorio Emanuele que passará por 1 ano de restauros.

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Restauros no Duomo – Foto: Milão nas mãos

Completamente bancada pela iniciativa privada (Prada, Versace e Feltrinelli), os trabalhos poderão ser seguidos pelos turistas e milaneses, graças a uma estrutura (andaime) móvel, que vai correr sobre um trilho.

Arquitetos e técnicos responsáveis pelos trabalhos garantem que a cada 25 dias, um novo pedaço de galeria será delvolvido à cidade, completamente limpo, em suas cores originais.  Os trabalhos deverão ser concluídos em abril de 2015.

expo2015 milão galeria vittorio emanuele milão

Restauros na Galeria – Foto: Prefeitura de Milão

E além da Galeria e Duomo, o turista que vem a Milão no próximo ano, tem que levar em conta de encontrar outras partes da cidade inacessíveis, como a Sala delle Asse, afrescada por Da Vinci no Castello Sforzesco, a estátua de Napoleão na Pinacoteca de Brera dormindo um sono merecido, a Darsena e os canais vazios também passando por reformas, os canteiros das novas estações do metrô que devem abrir até 2015, como a que chegará ao estádio de San Siro.

expo 2015 milão

Pinacoteca de Brera e Sala dele Asse

Sim, porque toda essa faxina/plástica da cidade, é a sua preparação para um dos eventos mais esperados de 2015 por aqui: a Expo2015, a famosa exposição mundial que se realiza a cada 5 anos e dura 6 meses.

Todos nós (principalmente nós mulheres) sabemos que para ficar bonita tem sempre que passar por um pouco de sacrifício. É assim que está Milão esse ano, sacrificando ela mesma e os turistas, enfaixada em boa parte, mas ano que vem, quem passar por aqui vai encontrar essa elegante e tímida senhora de cara nova.

A história do Carnaval em Milão

O carnaval mais famoso do mundo depois do nosso brasuca, é o de Veneza. Mas pela Itália, temos outros carnavais famosos e o de Milão, se não está entre eles, tem as suas particularidades.

Festa de origem antiguíssima que se festeja nos países de tradição católica, pega o nome do latim “carnem levare” (eliminar a carne), já que antigamente o banquete era feito na terça (dia gordo) antes de começar o jejum da quaresma.

Por aqui, a coisa que mais diferencia o carnaval são os dias que ele é comemorado, já que Milão e arredores seguem o ritual ambrosiano da igreja. O carnaval aqui começa na terça (de carvanal) e termina no sábado antes do domingo de quaresma.

Diz a lenda, que Ambrósio (primeiro arcebispo de Milão no século 4) estava ocupado em uma pelegrinação e os milaneses o esperaram para comemorar o dia de cinzas, adiando toda a festa. E assim ficou.

Carnaval Milao

Festa muito aprecidada pelos milaneses, arriscou de ser suprimida nos séculos 16 e 17 pelos arcebispos conservadores como Carlo Borremeo, que se pronunciava contra os milaneses fanfarrões: “Agora aqui se lembre, Milão, as máscaras, as comédias, os jogos pagãos, as danças, os banquetes, os excessos e pompas, os gastos exorbitantes, as brigas, os homicídios, as lascívias, as desonestidades, as tuas monstruosas loucuras e deboches.”

Naquela época de pestes e carestias, a festa de carnaval era feita de desfiles de carros mais ou menos alegóricos e quem podia, se vestia com trajes pomposos e ricos. Era proibido o uso de máscaras de personagens eclesiásticos. O desfile mais famoso partia da Praça Duomo e descia o que é hoje Via Torino e Corso de Porta Ticinese.

Mesmo com todas as tentativas de proibições e com a pior peste que se abateu sob a cidade (1630), o carnaval milanês teve seu auge no século 17. Foi também nessa época que surgiu o personagem carnavalesco mais famoso por aqui, criado por um autor de comédias teatrais e que hoje dá nome aos cidadãos milaneses: Meneghino.

Carnaval em Milao

O nome é o diminutivo de Domenico e representa os domésticos dos nobres da época (quem não podia ter um doméstico fixo, contratava um para os domingos). O Meneghino não usa uma máscara e tem uma esposa chamada Cecca (diminutivo dialetal de Francesca).

Hoje as coisas mudaram bastante: por aqui os dias de carnaval não são feriados e a festa se resume praticamente  a crianças fantasiadas na Praça Duomo brincando com confete e serpentina ou um desfile aqui e alí.

Diabolik: o HQ milanês criado por duas irmãs

Na maior parte dos países, os quadrinhos para adultos são dominados pelos personagens americanos da Marvel e DC Comis (Homem-Aranha, X-Men, Batman, Super Homem) ou pelos mangás japoneses.

Diabolik Milão

Na Itália o mercado é dominado por HQ’s nacionais, todos de editoras milaneses. No topo da lista dos quadrinhos mais vendidos está também Diabolik, que esse mês comemora a edição número 800.

Publicado sem intervalo desde 1962, é resultado da criatividade e do trabalho das irmãs Angela e Luciana Giussani, duas senhoras da burguesia milanesa que, antes mesmo de 68 e dos anos da emancipação feminina, tiveram a coragem de tornar-se empresárias, deixando a entediante comodidade que o estado social delas garantia e criando uma revista que na época foi um escândalo.

Angela e Luciana Giussani

Angela e Luciana Giussani

Nos anos 50, Angela dirigia, tinha o brevê de piloto, andava a cavalo, esquiava e como uma boa milanesa trabalhava duro como jornalista e modelo. Aos 26 anos se casou  com um editor, mas se torna independente fundando a editora Astorina para publicar Diabolik, a sua criação. Depois de alguns anos, a irmã Luciana começa a colaborar com ela na redação dos textos.

Elas, que moravam perto da estação  de trem Cadorna, pensaram em criar uma revista em quadrinhos no formato de bolso, ideal para uma leitura no trem, fácil, rápida e envolvente. No início não foi fácil encontrar um distribuidor para a revista e elas viajaram pela Itália, indo pessoalmente de banca em banca de jornal para divulgar a revista.

Diabolik é uma HQ mensal e foi adaptado para o cinema em 1968. Atualmente o canal italiano divulgou o trailer (abaixo) da série que está em produção e deverá estrear em 2014.

Diabolik é um ladrão de habilidades e engenho fora do comum, capaz de mudar várias fisionomias graças as máscaras que ele mesmo realiza. Para se camuflar de noite, usa uma roupa preta aderente. Em muitos episódios, o adversário de Diabolik é o inspetor Ginko, genial e bonitão como seu antagonista, mas limitado pelo fato que não pode atuar na ilegalidade e dever respeitar a lei.

Diabolik e Eva Kant

Diabolik e Eva Kant

Ao lado de Diabolik se vê sempre Eva Kant. Loira, linda e determinada, constrói com Diabolik uma relação sólida, baseada no mesmo estilo de vida. Eva é também personagem principal de algumas edições da revista.

Mesmo atuando na ilegalidade, Diabolik tem princípios éticos (honra, tutela dos mais fracos, sentimento de amizade e de reconhecimento) e por isso, odeia os mafiosos, narcotraficantes e agiotas. É visto como um personagem real, bem diferente de Homem-Aranha e Super-Homem e seus poderes e apesar de ser um personagem malvado é ao mesmo tempo vencedor e pelo qual torcemos.

A edição no.800 na no Milão nas mãos

A edição no.800 na sede do Milão nas mãos

No Brasil, a revista foi publicada pelas editoras Vecchi e Record e nos anos 70, a redação milanesa teve como desenhista o brasileiro Wilson Vieira (página Google +), que ilustrou vários quadrinhos na Itália.

Para quem entende o italiano e gosta de quadrinhos, existe um documentário sobre as irmãs Giusanni (Le Sorelle Diabolik) que conta a extraordinária história desse HQ 100% milanês.

Milão pelos olhos de uma viajante brasileira

Como eu já contei outras vezes, desde que comecei o Milão nas mãos, há quase 1 ano, conheci um montão de gente legal, pessoalmente e virtualmente. Uma delas (virtualmente) é a brasileira Sandra Brocksom, que vive desde 2011 em Madri com seu companheiro Paco.

Sandra também tem um blog, o Sandra B em Madrid, que ela mesma define como um blog caseiro e narcísico, que como muitos outros blogs de expatriados, nasceu como um diário de sua cotidianidade ibérica, um modo de manter contato e contar suas experiências aos caros deixados no Brasil.

No final de junho Sandra passou um final de semana em Milão com Paco e, como gosto muito do texto dela, a convidei para escrever um guest post sobre a cidade. Um olhar diferente do meu  (mas não muito) para os leitores. Boa leitura!!

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Por Sandra Brocksom

Arrisco dizer que eu, como 100% dos brasileiros, não tinha Milão como a primeira cidade que queria conhecer da Itália. Brasileiros querem ir a Toscana e suas pequenas vilas que são cenários das histórias das nonas. Acho que queremos recuperar aquela memória das centenas de famílias italianas que vieram ao Brasil.

No último final de semana de junho Milão aconteceu, um final de semana longo, um bate e volta de Madrid a Milão. Assim como 100% dos turistas brasileiros, minha grande preocupação era que Milão fosse cara demais a ponto de impossibilitar qualquer diversão. Eu acho também que Milão é muito mais cara que Madrid, que é uma das capitais européias com o custo de vida mais econômico. Explico mais, Paco e eu estamos muito acostumados a fazer atividades culturais a custo quase zero, vamos a museus nos horários gratuitos, shows free, comemos em botecos e cozinhamos muito em casa. Quando viajamos também somos assim: nada de restaurantes chiques, nem grandes compras. Queríamos adequar Milão ao nosso estilo super econômico de viagem. E deu!!

milao em bicicleta

Para conseguir submeter uma grande cidade cosmopolita ao nosso baixo orçamento, eu pesquisei bastante. Foi ai que descobri o “Milão nas mãos” que me ajudou com 80% do nosso final de semana. Os outros 20% eram direções óbvias: o Duomo e seu entorno. A sua paixão pelas ruas, pessoas e arquitetura de Milão me contagiou. Também tenho que confessar que você é responsável da minha grande frustração: eu não achei o Quadriláterio do Silêncio. Você escreveu um post maravilhoso sobre o lugar, eu tinha que vê-lo. Depois que voltei para casa, revi meus roteiros, percebi que estive muito perto e não soube vê-lo. Este é meu primeiro motivo para voltar!

Diante do seu rico material publicado, eu sabia que tinha que fazer escolhas de caminhos e também sabia que as ruas da cidade seriam nosso cenário. Você moldou o meu olhar! Eu sabia para onde tinha que olhar “Milão é uma cidade para se descobrir nos interiores, de belezas escondidas e fachadas austeras”. E por outro lado: “É uma cidade onde você tem que caminhar prestando atenção nos portões abertos de muitos palácios para ver se tem a sorte de descobrir os mais belos pátios da Itália (prometo um post sobre eles), caminhar olhando para cima, quando possível, para admirar seus jardins suspensos. Mas uma das coisas que mais adoro aqui, são essas quantidades infinitas de homens e mulheres “encostados” nas fachadas de palácios mais ou menos históricos das cidades e até das igrejas, como o Duomo. Quem são? As famosas cariátides e telamones “.

estatuas em milao

Nossa viagem também suponha um desafio: encontrar uma amiga que aterrou na cidade somente no sábado no final de tarde. Chegamos na sexta-feira de manhã e tínhamos que evitar o Duomo nas próximas horas porque queríamos explorá-lo com ela. Nós tínhamos que deixar o melhor para o final. Apesar de todas as tentações, o Duomo tem uma força atrativa como um polo magnético, conseguimos cumprir nossa auto-imposta missão de não entrar no Duomo logo nas primeiras horas.

No nosso primeiro dia, sexta-feira, eu propus a Paco uma longa caminhada que cruzasse a cidade pelo seu centro. Escolhi como ponto final Mercato di Piazza Wagner (dica do blog Turomaquia). O ponto inicial foi a estação Central onde o ônibus vindo do aeroporto de Bergamo nos deixou. Fizemos uma parada estratégica para deixar as mochilas no hotel barato e limpo perto do metrô Porta de Veneza e seguimos: Giardini Pubblici; Via Manzoni; Teatro Scala; Estátua do Leonardo; Galeria Vittorio Emanuele; Duomo; Castelo Sforzesco; Praça Cadorna; Corso Magenta; Mercato di Piazza Wagner.

bondinho-milao

Claro que não fizemos o percurso assim tão linear como no mapa. Zig-zageamos pelo Giardini Pubblici di Porta Venezia; cogitamos entrar na Galleria di Arte Moderna (um dos museus gratuitos) mas achamos arriscado ficar horas ali e perder a cidade que clamava que deveríamos seguir caminhando. Assim fomos, eu olhando para cima buscando o Quadrilátero do Silêncio que estava logo ali e não vi, e o Paco já vidrado pelos bondinhos amarelos que eu propositadamente não havia contado que em Milão também existe “tranvia”, como são chamados em espanhol. Foi muito bonito ver os olhos dele iluminados pela paixão de menino por trens e bondes. Passou o primeiro dia emocionado atrás das melhores fotos, ficamos algum tempo parados em várias esquinas esperando pelos bondinhos.

Não sei o porquê, naquela hora passamos quase reto pelo Teatro Scala e nos dedicamos a reverenciar a estátua de Leonardo Da Vinci, somos fãs do projeto “Da Vinci the genius” que leva a vários países as incríveis invenções do mestre. Como planejamos a viagem de última hora, não conseguimos entradas para ver a Santa Ceia pintada por ele. Segundo motivo para voltar a Milão.

estatua da vinci milao

Cruzamos a Galeria Vittorio Emanuele maravilhados com seu esplendor. Eu fiquei particularmente interessada nas mulheres de véu (de marca) em um alto grau de consumo. Elas em duplas ou trio com suas crianças e, às vezes, com seus maridos, entrando e saindo das lojas de alta gama da Galeria com naturalidade de quem vai comprar pão na esquina. Entendi que são elas que protagonizam o consumo.

Chegamos a piazza del Duomo! E ali creio que palavras não são suficientes, saíram muitos UAU!UAU! Seguimos em direção ao Castelo Sforzesco. Ficamos tentados em entrar no museu, mais uma vez escolhemos as ruas. Ter tempo para apreciar os museus é o meu terceiro motivo para voltar.

Deste ponto até chegar ao mercado nos perdemos muito. Rodamos as rotatórias entrando e saindo das ruas, ficamos sem qualquer sentido de direção. Já estávamos tão cansados que não tiramos fotos decentes dos magníficos balcões dos prédios que existem na região. Eu fiquei apaixonada por eles, eu imaginei tantas lindas serenatas de amor eles não inspiraram. Depois ficamos arrependidos de não ter tantas fotos e tenho meu quarto motivo para voltar.

Enfim, encontramos o mercado que foi escolhido porque fica no estremo oposto de onde esta nosso hotel. É um mercado de comida “normal e corrente” como existe tantos e em todas as cidades. Eu acho que entrar em mercado e supermercados é parada obrigatória no turismo econômico que fazemos. Demos uma volta e compramos vários pães e pizzas. Andamos até uma praça próxima e devoramos tudo. O pão de cebola estava especialmente delicioso.

Energias recuperadas, caminhamos tudo de volta até chegarmos exaustos no hotel. Por sorte havia uma pequena pizzaria, dessas que agradam estudantes “eramus” e a nós. Pizza boa, atendimento caseiro e barato.

Queria terminar contando um pequeno causo. Sábado pegamos leve com a caminhada. Começamos pelo Corso de Vezenia onde paramos um pequeno bar para nosso legítimo expresso italiano. Eu queria um “café normale”, forte. Paco queria o seu com leite, “caffè macchiato”. A dona do lugar nos deu uma aula de como apreciar um café. Paco descreveu como se toma “café com leche” na Espanha e ela taxativamente disse que isso não se faz na Itália. Ela não foi especialmente simpática e, sim, cativantemente generosa em nos explicar as diferenças.

Estas foram nossas primeiras impressiones de Milão: imponente e chique como o Duomo; firme, estrita e generosa como a dona do café; abundante com os seus balcões. No domingo tevemos outra visão da cidade, da zona boemia e acolhedora Navigli, mas isso fica para outro post.