Barcelona, Milão, Porto. O que essas cidades tem em comum?
Esse post faz parte da Blogagem Coletiva Barcelona- Milão-Porto, que todas as quinta de Abril vai mostrar um pouco das coisas em comum dessas 3 grandes cidades europeias, pontos de referências em seus países, com a participação de Cristina Rosa do blog Sol de Barcelona e Rita Branco do blog O Porto Encanta.
……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..
Séculos de história como capital do Império Romano, inúmeras igrejas de grande valor artístico e cultural, a Santa Ceia, os códigos de Leonardo Da Vinci….a lista é grande, mas quando alguém pensa em Milão, pensa na moda e no design.
Impossível negar a importância e a qualidade da criatividade milanesa nesses dois setores, importantes seja industrialmente, seja economicamente para a cidade.
A moda pret-a-porter italiana como a conhecemos hoje, começa a se desenvolver nos anos 80, quando o eixo de produção e desfiles passa de Florença a Milão. A transformação foi inevitável já que na grande década, os yuppies e publicitários italianos estavam em Milão e em volta deles começaram a gravitar as mentes criativas da moda italiana e milanesa.
Richard Gere no filme Gigôlo Americano
Armani, Versace, Krizia, Moschino, Prada (que é mais antiga), Dolce & Gabbana, só para citar as marcas mais conhecidas, abrem suas lojas e shows rooms na cidade, e a moda italiana ganha as páginas de revistas de moda americanas e até o cinema, com Giorgio Armani que veste um jovem Richard Gere em Gigôlo Americano.
Dos anos 80 para cá, o setor cresceu, se estabeleceu, todas essas marcas viraram pequenos impérios e referência no mundo, de qualidade e elegância.
A loja Armani no Quadrilátero da Moda
Difícil desassociar a cidade da idéia de moda, ainda mais quando você dá uma voltinha nas quatro ruas mais famosas do mundo da moda, que formam o chamado Quadrilátero da Moda. Uma verdadeira concentração de marcas famosas, italianas e não, que são um deleite para os olhos e uma perdição para o orçamento.
Já o design milanês começa a sua sólida história no início do século 20, quando os mais famosos arquitetos, formados no Politécnico de Milão, começam a trabalhar com design industrial para grandes fábricas de louças e móveis. Giò Ponti, Gae Aulenti, Achille Castiglioni, Piero Fornasetti, sobre o qual contamos nesse post, desenham objetos de decoração que se tornarão ícones de modernidade e do Italian Style, como a famosa luminária (que eu a-do-ro) Arco desenhada por Castiglioni nos anos 60.
Luminária Arco, de Achille Castiglioni
Esses são os anos também de movimentos artísticos locais como o Futurismo e o movimento Novecento, os anos da arquitetura racionalista italiana, da fundação da revista Domus, da construção do Palácio da Triennale, inaugurada em 1933 para ser a sede das Exposições Internacionais das Artes Decorativas e Industriais Modernas e da Arquitetura Moderna. Hoje, a Triennale é um museu de grande importância para o setor e para os amantes de design.
Com o boom da publicidade nos anos do pós guerra, o design gráfico invade as propagandas de grande marcas e lojas, como é o caso da Campari e da loja de departamentos La Rinascente.
Celebração anual do design italiano, é o famoso Salão do Móvel de Milão, que acabou de acontecer e que todos os anos trás à cidade, cerca de 400 mil visitantes em busca de inspiração e negócios.
Mas o que faz a moda e o design milanês famosos no mundo e os torna ícones da cidade, não são só a qualidade e criatividade. Esses dois setores se consolidaram com um sistema baseado em um equilíbrio produtivo entre business, cultura, profissionais, críticos, comunicadores, artesãos, empresários e, no caso do design, com centros de pesquisa como o Politecnico de Milão.
Para conhecer os ícones de Porto e Barcelona, clique nos links abaixo:
O Sol de Barcelona
O Porto Encanta