Se esse post tivesse que começar com uma lista dos produtos e iguarias italianas de excelência, ela seria bem longa com uma série de IGP’s, DOC’s e DOCG’s. Entre presunto de Parma, parmigiano reggiano, vinagre balsâmico, mortadela, etc, estaria também as trufas.
Mas não uma trufa qualquer, estaria alí, quase como rainha, a trufa branca de Alba. Porque ainda que essa iguaria não seja exclusividade da Itália e de Alba, é ali que há 86 anos existe a Feira Mundial da Trufa Branca de Alba, mais de um mês de exposição e venda de várias qualidades de trufas.
Sim, existem várias qualidades de trufas (brancas e pretas) e Alba é a terra do especialíssimo Tuber Magnatum Pico (junto com a cidade de Acqualagna).
O QUE É TRUFA E QUAIS OS TIPOS
A trufa é um tipo de fungo hipógeo, que se encontra embaixo da terra, perto de certos tipos de árvores e é encontrado com a ajuda de cachorros treinados (na Itália a utilização de porcos para procurar trufas é proibida por lei).
A Itália é um dos maiores produtores mundiais e sempre falando de território italiano, a trufa branca mais prestigiosa se encontra em Alba e Acqualagna, mas outras qualidades também se encontram na Umbria, Toscana, Marque e Lombardia. Já a trufa preta se encontra em quase toda Itália e a maior parte é colhida no verão (mas existe também a trufa preta invernal).
A ‘caça’ a trufa branca é feita do final do verão (setembro) até metade do inverno (janeiro) e é feita por pessoa que tem uma licença, já que existe um orgão nacional que tutela e vigia o produto e os produtores.
As váris qualidades de trufas aqui na Itália são:
- Tartufo bianco pregiato (Tuber magnatum Pico)
- Tartufo nero pregiato (Tuber melanosporum )
- Tartufo moscato (Tuber brumale var. moschatum De Ferry)
- Tartufo nero estivo, Scorzone (Tuber aestivum Vittad)
- Tartufo uncinato (Tuber uncinatum Chatin)
- Tartufo nero invernale (Tuber brumale Vittad)
- Tartufo bianchetto (Tuber Borchi, Tuber Albidum Pico)
- Tartufo nero lisci (Tuber macrosporum)
- Tartufo nero ordinario (Tuber mesentericum)
10 COISAS PARA SABER SOBRE AS TRUFAS
- É um fungo hipógeo
- Se procura só usando cachorros treinados
- Não é cultivável
- Nasce da raiz de certas árvores
- O seu perfume é composto por 120 moléculas voláteis
- A temporada de colheita inicia dia 21 de setembro e termina 31 de janeiro
- Se consome fresco e se convrsa por 1 semana
- Se conserva na geladeira, de preferência enrolado em papel absorvente e dentro de um vidro bem vedado
- Antes do consumo, se lava com água corrente e uma escovinha. Depois se deve enxugar e esperar pelo menos 10 min antes de consumir
- Não se cozinha e se ‘rala’ crú com um ralador específico para trufas, o tagliatartufi.
A FEIRA INTERNACIONAL DA TRUFA BRANCA DE ALBA
A feira da trufa branca de Alba é com certeza uma das mais conhecidas do mundo e um evento gastronômico e da tradição importantíssimo para a Região do Piemonte.
Ela acontece há 86 anos nos finais de semana dos meses de outubro e novembro, bem no centro da cidade e traz expositores de produtos da região e os ‘tartufai’ que vendem suas trufas apenas colhidas nos dias anteriores (a trufa branca deve ser consumida no arco de 1 semana).
Eu já estive 2 vezes eu Alba para o evento e realmente aconselho a todos apaixonados pela iguaria ou a quem quer conhece-la, porque não existe lugar melhor. O sucesso ou não na colheita, regula o preço. Anos mais quentes e secos não são bons para o crescimento das trufas, que precisam de um clima mais úmido. Assim, dependendo de quanto se encontra, ela vai custar mais ou menos ao quilo. Esse ano (2016) o preço era de 4.000,00 euros/Kg (sim, 4 mil).
O calendário do evento propõe tambpem para quem tem mais tempo e interesse, show cooking com grandes chefs italianos.
Além de poder comprar as trufas e outros produtos na feira, é possível também provar o famoso ‘Tajarin de ovos com trufas brancas’ nas barraquinhas que propõem o prato dentro da propria feira.
Mas se você quer realmente degustar bons pratos a base de trufas na cidade, meu conselho vem à seguir. Ah, antes que eu me esqueça: o sabor da trufa não dá para explicar e não é comparável a nada que conhecemos… para mim, nem gosto de funghi (cogumelos) tem. Trufa é trufa e só provando você vai saber se gosta ou se não gosta.
OSTERIA DELL’ARCO
Nas duas vezes que estive em Alba no período da feira, almocei no mesmo restaurante. A primeira vez porque era a indicação de 2 amigos diferentes que indicaram a mesma coisa: vá a Osteria dll’Arco.
A osteria fica bem no centro da cidade e é um restaurante que segue a filosofia Slow Food e não decepciona na preparação e apresentação dos pratos.
Como na escolha do restaurante, fui repetitiva também na escolha dos pratos e nas duas vezes fui de Ovo alla Cocote com trufas brancas. Divino.
Não foi diferente com a sobremesa: panna cotta. A melhor que eu já comi aqui na Itália.
Durante a feira eles tem um cardápio especial e os pratos podem ser pedidos separamente, como eu fiz, ou como menù, que foi o que fez Giovanni que escolheu o menù della tradizone com o prato de tajarin com trufas brancas (além de entrada, segundo prato e sobremesa).
Por se tratar de trufa branca, não é um restaurante barato nos pratos que propõe a iguaria (mas nenhum o è), mas os pratos tradicionais tem preços normais.
As mesas são muito concorridas. Eu reservei com cerca de 1 mês de antecedência. Mas vale a pena, vale a viagem.
ALBA E ARREDORES
A cidade de Alba fica na Provincia de Cuneo, que por sua vez fica em uma das mais belas paisagens do Norte da Itália, declarada Patrimômio da Humanidade pela Unesco: as paisagens ‘delle Langhe, Roero e Monferrato’.
Com certeza, como a maioria das cidades italianas, Alba tem lugares de interesses culturais e artísticos, mas tenho que voltar lá em uma ouyra oportunidade para aprofundar esses aspectos.
Se já não fosse pouco, é a poucos quilômetros dali que fica a cidadezinha de Barolo, que dá nome a um dos grande tintos italianos. Vale a pena uma passada para visitar o Museu do Vinho, que propõe a história do nectar dos deuses sob uma perspectiva interessante. O bilhete com áudio guia custa 11 euros e quando você acabar a visita ao museu, pode dar um pulo a Enoteca Regionale (que é ligado ao museu) para degustar Barolos de várias vinículas com preços que vão de 2 a 4 euros (não é uma taça cheia, é um dedinho de vinho).
Outras cidades interessantes na região delle Langhe, feita de colinas e castelos, é a pequena Serralunga d’Alba e Bra, para quem é interessado no Slow Food, que nasceu próprio alí.
Tudo isso está a pouca distância de Turim, cidade que eu gosto muito e sobre a qual escrevi nesse post. Conclusão: você deve considerar realmente em incluir a região do Piemonte na sua viagem pelo Norte da Itália, principalmente se passa por aqui entre outubro e novembro.
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